A cidade de Ubatuba completa 385 anos de emancipação política no dia 28 de outubro e, entre as comemorações, acontece a manifestação pública do Boi de Conchas. Surgido no ano de 2003 no extinto Movimento Cultural Pirão Geral, que agitava as tardes domingueiras no entorno da Cadeia Velha no centro da cidade, o Auto do Boizinho sonhador Ratambufe – história lenda escrita pelo contista caiçara Julinho Mendes – será realizado, resgatando as origens, a partir da Praça Nóbrega, onde haverá a concentração para o cortejo público itinerante.
Realizada pela Comunidade Reinante Voga dos Mares de Iperoig (Crumi), atualmente com aproximadamente 30 pessoas entre adultos e crianças, a encenação obedecerá ao ciclo anual do Auto, apresentando o 1º ato que consiste no Nascimento, Vida e Desaparecimento do Boi nas águas da praia do Cruzeiro, região central da cidade. Neste ano, a comunidade manifestará apelo pela cultura e pela paz, além de homenagear Mariza Muniz, mestra falecida no mês de julho deste ano.
“Ainda que infelizmente estejamos num momento de polarização e beligerância políticas, propomos a neutralidade em nome da harmonia e da paz no país e no mundo. Para estabelecer esse território neutro e sensato conduziremos a bandeira da Paz Universal, amparados nos preceitos do Pacto de Roerich, assinado em 1935 nos Estados Unidos por vários países do mundo, entre eles o Brasil, e que visa estabelecer um acordo planetário de proteção ao Patrimônio Cultural em circunstâncias de conflito”, explica o diretor artístico da Crumi, Bado Todão, que completa: “a manifestação cultural do Boi de Conchas de Ubatuba é sempre um momento de alegria, liberdade e pertencimento e garantimos que nesse ano não será diferente”.
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