Uma nova reforma no teatro municipal de São Sebastião vai custar R$ 743 mil aos cofres públicos. Com o espaço fechado desde o início do ano, cerimônias e eventos estão sendo realizados em locais alternativos. Nem mesmo vereadores aliados do prefeito sabem o motivo da inatividade do teatro.
No início do mês, eles aprovaram um requerimento, do vereador Mauricio, que pedia informações sobre o prazo para reabertura. Ainda não obtiveram resposta.
A entrega de títulos de Cidadão Sebastianense teve que ser transferida para o auditório do Sindicato dos Petroleiros. Uma reunião com monitores contratados para escolas ocorreu no salão paroquial da Igreja Matriz.
A reportagem foi ao local, na última quarta-feira (25), e encontrou uma placa de obra jogada junto à rampa (veja na foto). A placa informa uma “manutenção” ao custo de R$ 743 mil, que teria sido iniciada em fevereiro, com término previsto para final de junho.
Até a manhã desta quinta (26), a obra não havia sido divulgada pela Prefeitura. Horas depois de receber questionamentos da reportagem, a Prefeitura resolveu publicar informações no site oficial.
De acordo com o comunicado, serão trocados telhado, sistema de calhas, madeiras, forro e pintura de todo o prédio. A Prefeitura diz que o prédio foi afetado por “ataques de cupins” no ano passado, e que também “serão feitos outros reparos pela equipe de manutenção da Fundação Cultural (Fundass)”.
No comunicado, o prazo previsto para o término da obra é diferente ao da placa – segunda quinzena de julho.
Essa é a segunda obra de grande porte no teatro em quatro anos. A primeira custou R$ 1,4 milhão.
Na última quarta (25), havia apenas três homens no local, que vestiam a camisa de uma empresa chamada G10 Engenharia. Um deles contou que tinha sido contratado somente para pintura.
No portal da transparência, o valor de R$ 743 mil está reservado para a empresa Solovia Engenharia. Ainda não há registros de notas fiscais nem de pagamentos referentes aos serviços contratados.
Uma lei municipal atribui à Fundass a responsabilidade pela manutenção do teatro. Mas o dinheiro para essa nova obra vai sair do orçamento da Secretaria de Turismo.
A reportagem apurou que outros cerca de R$ 150 mil foram gastos com serviços de manutenção no teatro, nos últimos 12 meses. Esses sim contratados pela Fundass.
A contratação mais recente ocorreu no mês passado, quando a obra atual já estaria em andamento. De acordo com a descrição genérica publicada no portal da transparência, foi um serviço de serralheria para “manutenção preventiva e corretiva”, ao custo de R$ 15 mil.