Uma mulher vai responder criminalmente por matar com um tiro um lagarto, no bairro Rio Claro, em Caraguatatuba na tarde desta quinta-feira (9). Segundo ela, o animal silvestre comia os ovos de suas galinhas e patas. Além disso, ela relatou sentir medo do réptil atacar sua filha.
A suspeita vai responder por crime ambiental e a pena pode chegar a detenção de seis meses a um ano. Na esfera administrativa, ela recebeu multa de R$ 1 mil por caçar espécime da fauna silvestre sem autorização, com base no artigo 25 da resolução SIMA 005/21.
A Polícia Ambiental conta que durante uma fiscalização, a equipe viu uma mulher correndo para o fundo da propriedade. Ao retornar para atender os policiais, ela apresentava aparente nervosismo. A equipe decidiu fazer buscas no quintal e achou dentro de um tanque de lavar roupa o lagarto morto, medindo 80 centímetros da cabeça a cauda, e com sinal de perfuração, enrolado em uma camisa.
A mulher então confessou “que matou o réptil com uma arma de pressão e estava nervosa porque sabia que seria pega em flagrante” e, na tentativa de escapar, escondeu o réptil e guardou a arma na casa. A espingarda de pressão foi apreendida.
Lagarto não ataca pessoas
Questionado sobre os riscos do lagarto atacar um humano, como relatou a suspeit em relação a filha, o doutor em ecologia e evolução Ricardo Freitas Filho, assegurou que, apesar de serem forrageadores ativos, ou seja, caminham em busca de suas presas perseguindo rastros e encontros oportunistas, não atacam as pessoas sem motivo, ao menos que se sintam em risco.
Ele é um animal silvestre e só se aproxima de residências para procurar alimentos quando seu habitat é maculado. Logo, interações, como encurralar, alimentar ou ameaçar o animal na tentativa de afugentá-lo, podem, segundo ele, gerar reação do lagarto.
Os policiais contaram ainda que estiveram um dia antes na mesma propriedade e fizeram uma autuação por degradação do bioma, o que pode ter levado o animal a buscar os alimentos fora de seu habitat natural.
Em casos de aparição de animais selvagens, entre em contato com a Ambiental pelo telefone (12) 3886-2200. Os policiais fazem a captura do animal e posterior soltura na natureza.