No Dia da Mulher, o pedido de abertura de processo contra o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, por violência doméstica, foi rejeitado na Câmara Municipal. A denúncia do vereador Wagner Teixeira se baseou em dois boletins de ocorrência registrados pela empresária Michelli Veneziani e pela advogada Raquel Mendes.
No primeiro caso, Felipe é acusado de tomar o celular da ex-esposa, enviar mensagens para os contatos e ameaçá-la. A queixa de Michelli, em junho do ano passado, deu origem a um processo criminal, ainda em andamento. No segundo, o prefeito é acusado de agressão à atual companheira.
Para Wagner, houve quebra de decoro na conduta que se exige de um governante. Conforme lei federal, entre as infrações que sujeitam o prefeito à cassação do mandato está: “proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo”.
A denúncia foi lida e votada sem discussão. O presidente da Câmara, José Reis, não concedeu a palavra a Wagner para defender a denúncia. Votaram contra a abertura de processo os vereadores Daniel Soares, Luiz Carlos Cardim, Pedro Renato, Diego Nabuco, Daniel Simões, Marcos Fuly e Edivaldo Campos, o Teimoso. O vereador Ercilio de Souza entrou no plenário somente depois da votação.
Logo em seguida, a presidente da Associação de Amparo à Mulher Sebastianense foi à tribuna da Câmara e lamentou a decisão dos vereadores. “Vendo o que acabou de acontecer nesse recinto, não posso deixar de externar minha tristeza e desalento ao pensar que nossa luta ainda está muito fraca”, declarou Elizabeth Chagas, sendo bastante aplaudida pelo público, e deixando os vereadores visivelmente desconfortáveis. “Precisamos reforçar nossa luta para que nós mulheres sejamos realmente respeitadas”, completou ela.
Ao final da sessão, Wagner também usou a tribuna para justificar a denúncia e lamentar o arquivamento. Já os vereadores aliados do prefeito, mais uma vez, não justificaram o voto.