Merendeiras das escolas municipais de São Sebastião estão com salário e vale-transporte atrasados. O vale-alimentação, que era para ser pago às trabalhadoras no dia 20 de dezembro, foi recebido somente em 3 de janeiro.
Segundo merendeiras ouvidas pelo Nova Imprensa, tem sido assim todos os meses, desde julho do ano passado, quando elas foram recontratadas para a retomada das aulas presenciais. “A gente tem conta pra pagar, aluguel, cartão de crédito, só que nunca sabemos a data certa do pagamento”, lamentou uma delas.
Outra disse que a situação está ficando insustentável. “No último mês quase fizemos greve, mas depois de muita pressão eles pagaram com vários dias de atraso”, contou a merendeira.
Uma terceira comentou que contava com o vale-alimentação para as festas de fim de ano. “Agora estou pagando para ir trabalhar, já que ainda não recebemos o vale pra condução”, reclamou ela. “A gente até tenta correr atrás, mas a gente não tem voz. Queríamos mesmo é que mudasse a empresa”, completou.
A Prefeitura prorrogou, em novembro, o contrato da empresa, a RC Nutry, por mais um ano. O valor foi reajustado para R$ 23 milhões. O contrato prevê 186 merendeiras nas escolas e creches do município.
A reportagem solicitou um posicionamento da empresa e da Secretaria de Educação sobre os reiterados atrasos nos pagamentos, mas ainda aguarda as respostas.
O problema que prejudica as merendeiras de São Sebastião é semelhante ao que acontece em outras cidades do Estado, onde a RC Nutry também foi contratada. Em Cotia, merendeiras chegaram a fazer uma paralisação, em novembro, para receber direitos atrasados. Em Hortolândia o sindicato da categoria relata a mesma situação.