A tradicional Festa de Iemanjá de Caraguatatuba será realizada nesta sábado (11), a partir das 19h, na Praça Ton Ferreira, na Praia do Centro. O evento é organizado pela Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Turismo.
Em sua 37ª edição, a Festa de Iemanjá reúne 43 casas de cidades como .
Marcelo Alves do Couto Mendonça, Pai de Santo e proprietário da loja de artigos religiosos, Casa Severino, destaca a importância da Festa de Iemanjá na cidade. “Não é apenas pelo comércio, já que ela representa a renovação. É uma festa onde as religiões de matrizes africanas conseguem se reunir para homenagear não só Iemanjá, mas também a todos os orixás dentro desse sincretismo religioso que é fundamental nos dias de hoje, ainda mais em tempos de intolerância religiosa que a gente ainda passa”.
Para evitar aglomeração, a Prefeitura disponibilizará espaços para que os integrantes das casas religiosas façam suas homenagens. A disposição de cada tenda se dará conforme a ordem de inscrição, sendo que os números pares ficarão do lado esquerdo e os ímpares ficarão do lado direito da imagem. Todos os participantes precisarão estar de máscaras e é de responsabilidade de cada casa ter álcool em gel disponível para os visitantes.
A Secretária de Turismo, Maria Fernanda Galter Reis, ressalta que a preocupação do Prefeito Aguilar Junior é atender a comunidade religiosa em uma retomada segura e importante para o turismo e o comércio da cidade de Caraguatatuba.
A tradicional estátua da rainha do mar teve sua iluminação reforçada. A equipe da secretaria de Obras instalou oito luminárias LED de 74W de potência para ampliar a visualização da imagem durante à noite
Tradição de Iemanjá
A tradição da festa em homenagem à Iemanjá teve início no ano de 1923 quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes para a mãe das águas. Nesta época, os peixes estavam escassos no mar. Todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo.
No início, a celebração era feita em conjunto com a Igreja Católica, numa demonstração do sincretismo religioso. Na década de 1960, um padre teria ofendido os pescadores, chamando-os de ignorantes por cultuarem uma sereia. O fato provocou um rompimento com a igreja e a partir daí os pescadores passaram a realizar a festa apenas em homenagem a Iemanjá.
Existe uma superstição sobre os presentes dados a Iemanjá que não afundam, indo parar na areia da praia. Segundo ela, Iemanjá não gostou do presente e o teria devolvido, causando grande frustração aos devotos. Em geral, presentes feitos com materiais leves ou ocos costumam não afundar. Nem mesmo o presente principal, feito pelos pescadores, está livre deste infortúnio. Algumas vezes foi preciso amarrá-lo a algo pesado para que pudesse afundar.
Segundo a lenda, o cavalo marinho é o guardião da casa de Iemanjá, sendo ele o seu mensageiro mais rápido. É comum que imagens deste animal sejam oferecidas pelos devotos.
Todos os anos um presente principal é preparado para ser oferecido à Iemanjá e com ele vão as oferendas preparadas pela ialorixá responsável pelo comando da festa. Estas oferendas, cujos preparativos são cercados de rituais e fundamentos sagrados e secretos, demoram sete dias para ficar prontas.