Vereadores barram público das sessões, mas permitem atendimento nos gabinetes

A Câmara de São Sebastião mantém fechado o acesso ao público para assistir presencialmente às sessões, realizadas às terças-feiras. A medida tem evitado manifestações populares na plateia, sejam de apoio ou contrárias a projetos.

No mês passado, moradores de Juquehy pretendiam protestar no local contra retirada de postes na Vila Pantanal, mas tiveram que aguardar o término da sessão na rua, para pressionar os vereadores ao saírem do prédio. Na última terça-feira (10), a reportagem também foi barrada e expulsa do local.

A Câmara alega que se trata de medida para prevenir disseminação do coronavírus. Um Ato da Presidência, publicado em março, suspendeu o “atendimento ao público em geral” nas repartições da Câmara, mas não diz nada sobre as sessões.

O documento também determina que o atendimento nos gabinetes “se dará pelos meios eletrônicos disponibilizados por cada vereador”. Essa norma, porém, não é cumprida.

No prédio onde funcionam os gabinetes, os atendimentos ocorrem presencialmente desde abril, em salas pequenas e sem janelas. Funcionários contam que na porta do gabinete do vereador Marcos Fuly chega a formar fila, às quartas-feiras.

De igual modo, não há rigor sobre o uso de máscara. Nas transmissões da sessão, é possível observar vereadores e funcionários que permanecem no plenário sem máscara, e até mesmo conversas ao ‘pé do ouvido’ sem o material de proteção.

Em dado momento da última sessão, a reportagem notou que das 16 pessoas que apareciam no vídeo, sete não portavam máscara devidamente. Fotos publicadas pela própria Câmara também mostram vereadores sem máscara nas sessões e em reuniões no gabinete do presidente.

Vereadores da oposição querem a liberação do público, o que não seria do interesse dos aliados do prefeito. “Pra gente que é da oposição é muito importante a pressão popular. Precisamos das pessoas dentro da sessão. Quem é da situação não quer. Quanto mais vazio, melhor pra eles”, comentou Wagner Teixeira.

Para o vereador Felipe Cardim, ainda não é o momento. “Esperamos até agora, esperar um pouco mais acredito fazer bem. Dentro em breve tudo voltará ao ‘normal’ e assim teremos as sessões como antes”, opinou ele.

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