Uma foca-caranguejeira, rara no litoral paulista, foi resgatada pelo Instituto Argonauta, na praia de Calhetas, São Sebastião. O animal, de 1,60 metro e jovem, apresentava lesões, estava apático e muito magro. Segundo a equipe que atendeu o caso, a suspeita é de pneumonia.
A foca foi encaminhada para o Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto Argonauta, em Ubatuba, onde permanece em observação, recebe medicação e deve passar por exames.
As espécie é natural da região da Antártica. No Brasil, há registros ocasionais dessa espécie na região sul e sudeste e, no Litoral Norte, foram apenas três ocorrências nos últimos 13 anos. Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta, “o deslocamento do animal pode ter sido causado pela predominância de correntes marinhas vindas do sul nesta época do ano”.
A foca-caranguejeira
A população mundial da foca-caranguejeira é estimada hoje em 12 milhões de indivíduos, sendo deste modo considerada em baixo risco de extinção. O animal é um mamífero pertencente à família Phocidae. Como característica do grupo, sua locomoção em terra, não apresenta flexão para frente em seus membros posteriores, assim seus movimentos em terra são bem mais lentos com perfil de ondulação.
Apesar do nome, a foca-caranguejeira não come caranguejos e sim, pequenos crustáceos como o Krill, apresentando para isso especial adaptação dos dentes. Entretanto, quando o krill é menos abundante pode capturar pequenos peixes e lulas. Um exemplar adulto pode atingir até 2,60 metros e pesar cerca de 250 kg.
Os animais são importantes componentes da dieta de orcas e de focas-leopardo, que consomem cerca de 80% de todos os filhotes dessa espécie.