Foi rejeitada a criação de uma lei para proibir churrasco e o uso aparelhos de som nas praias e logradouros públicos (praças, ruas, jardins) de São Sebastião. O projeto estava na Câmara há seis meses e foi votado na última sessão.
No texto também estavam previstas proibições a acampamento e ao tráfego ou estacionamento de veículos nas praias, exceto para transporte de embarcações.
Churrasco liberado
O vereador Diego Nabuco foi o primeiro a se colocar contra o projeto. “Não posso ser a favor de projeto que proíba minha comunidade do Topo, Itatinga e Olaria de fazer churrasco nas nossas praias da região central”, argumentou Nabuco.
É o que disse também o vereador Edivaldo Campos, o Teimoso. “Nunca recebi tanta mensagem na minha vida de pessoas contrárias ao projeto. Vai tirar o lazer de fazer churrasco”, alegou o vereador.
Ao falar sobre o recolhimento de resíduos, Teimoso orientou a levar o carvão, “se possível”. Já as latinhas, segundo ele, “a molecadinha pega”.
Os vereadores Felipe Cardim e Mauricio Bardusco citaram a necessidade de preservar a cultura de assar peixe na praia. Mauricio alegou também que o projeto podia afetar artistas que utilizam som em praças. Apresentações culturais e eventos, no entanto, estavam entre as exceções previstas no texto.
Giovanni Pixoxó confessou ter mudado o voto depois de receber mensagem de um amigo. “Vou votar a favor do churrasco na praia e do som, mesmo não querendo votar. É complicado lidar com todo mundo no dia a dia”, disse ele.
Marcos Fuly queria a regulamentação da churrasqueira em vez da proibição. Em março, Fuly chegou a protocolar uma emenda permitindo o uso do equipamento, desde que fosse uma “churrasqueira ecológica” e que os resíduos fossem recolhidos. A emenda, porém, não foi votada.
Pedro Renato, um dos coautores do projeto, defendeu a aprovação. “Você chega em qualquer praia tem fumaça, funk, quadriciclo, o diabo a quatro, mas a fiscalização não pode fazer quase nada. Somos muito cobrados na Costa Sul por isso”, declarou Renato.
Além dele, somente Wagner Teixeira e Daniel Simões foram favoráveis às proibições. O presidente Reis, que também é coautor do projeto, não se manifestou a respeito.
Os vereadores que rejeitaram foram: Daniel Soares, Pixoxó, Cardim, Mauricio, Nabuco, Fuly, André Pierobon e Teimoso.
Apesar de toda a polêmica e do longo prazo de tramitação, o projeto não foi sequer analisado pela Comissão de Meio Ambiente e de Atividades Privadas da Câmara Municipal.