Desde o final dos anos 80, as ondas de choque são utilizadas na ortopedia e traumatologia para reparar e regenerar os tendões, músculos e ossos. De início, foi utilizada para desintegrar “pedras nos rins”, sem necessidade de cirurgia.
A terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT) é um tratamento não invasivo, utilizado em consultório, sem drogas e que não requer anestesia. As ondas de choque de baixa intensidade são enviadas pelo equipamento para uma área de desconforto do paciente. Elas acionam os próprios mecanismos de reparo do corpo, que iniciam a cura natural e a angiogênese (mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes).
Na ortopedia, as ondas causam uma cascata de efeitos biológicos e não mecânicos, ocasionando a reparação de tendões, músculos e ossos. “Como exemplo, podemos citar as fraturas, que durante o tratamento através da cirurgia ou não, não evoluíram para uma cicatrização completa, ou como falamos na prática, não consolidaram, e necessitariam de uma nova cirurgia. É aqui que podemos realizar o tratamento por ondas de choque, regenerando e consolidando o osso fraturado sem a necessidade de uma nova cirurgia”, explica o cirugião ortopedista secretário da Sociedade Internacional de Ondas de Choque, Dr. José Eid.
O tratamento na área da ortopedia tem suas maiores indicações nos distúrbios ósseos, nas fraturas não consolidadas, nos tendões e músculos, tratamento da fascite plantar, conhecido como esporão de calcâneo, nas calcificações e inflamações dos tendões no ombro e cotovelo.
Ondas de choque no Brasil
De acordo com Dr. Jose Eid, na Áustria, o tratamento por ondas de choque já é a primeira opção para tratar esses problemas ortopédicos citados porque se economiza quase 70 milhões de euros por ano com a alta eficácia, se comparado ao tratamento cirúrgico. Ainda bem longe disso, no Brasil o que percebemos foi um crescimento expressivo pela procura dos tratamentos conservadores nesse período de pandemia e, nesse caso, podemos englobar o tratamento por ondas de choque, com um campo ainda muito grande para o crescimento, principalmente o acesso para o grande público que depende dos planos de saúde e do SUS, já que esses tratamentos menos invasivos apresentam excelentes resultados.
Mais informações: https://ondasdechoque.med.br/.