Prefeito nomeia 286 comissionados em dois meses de mandato

O segundo mandato do prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, já soma 286 nomeações para cargos comissionados, em menos de dois meses. As portarias, que ainda não haviam sido divulgadas até o início da semana, foram atualizadas na última sexta-feira (19).

A maioria dos nomeados já tinha cargo no mandato passado. Foram exonerados logo depois das eleições e retornaram agora. Para muitos deles, a perda do salário de dezembro e janeiro foi compensada por verbas indenizatórias, que renderam remuneração maior que a do salário.

Cargos comissionados

Entre os comissionados escolhidos constam familiares e cabos eleitorais de vereadores. A esposa do vereador Daniel Simões é chefe de Alimentação Escolar. O sobrinho de Marcos Fuly é diretor na Secretaria de Habitação.

Um assessor do vereador Diego Nabuco, ficou pouco mais de um mês no cargo, e virou chefe de serviços públicos no Itatinga e Olaria. Esse cargo era ocupado por um apadrinhado do vereador Edivaldo Campos, o Teimoso, que acabou sendo remanejado para a chefia do Varadouro/Guaecá. Teimoso também indicou o diretor da Regional Topolândia e manteve sua esposa empregada no hospital.

O ex-vereador Elias Rodrigues, suplente de Fuly e nomeado como assessor especial do prefeito, também tem a esposa no cargo de assessora de Assuntos de Saúde.

Mesmo com eventos suspensos há quase um ano, por conta da pandemia, foram preenchidos cargos ligados a essa atividade. É o caso de Roberto Soares Freire, nomeado assessor de Eventos Esportivos, e também de Elaine Rufino Borges, chefe do Centro de Eventos.

Boa parte dos funcionários comissionados, porém, exercem funções que não tem relação com o cargo. A assessora de Qualificação Profissional, Cristiane Almeida, trabalha na entrega de doações do Fundo Social. A assessora de Captação de Recursos e Convênios, Fernanda Cleone, auxilia no atendimento dos Correios em Boiçucanga. Para isso ganha R$ 5 mil.

Outra prática comum na Prefeitura de São Sebastião é a nomeação com data retroativa. Dessa forma, o funcionário recebe salário do período anterior à nomeação, sem comprovação de que tenha cumprido expediente.

Gastos públicos

O custo da folha de pagamento de janeiro ficou em torno de R$ 23 milhões. O valor está no mesmo patamar da folha de janeiro do ano passado. A comparação revela que, apesar da propagada crise financeira, não houve corte de despesas de pessoal.

Em fevereiro o custo deve disparar, já que 226 nomeações não entraram na folha do mês passado. Além disso, em fevereiro houve ainda 113 admissões para cargos efetivos.

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