Pinguins-de-Magalhães são reabilitados e devolvidos ao mar

Sete Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) reabilitados pelo Instituto Argonauta, no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba (CRD), foram soltos em alto mar na região de Cananéia, no Litoral Sul.

A ação foi uma parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC). Eles foram transferidos três dias antes da soltura e soltos junto a outros oito animais da mesma espécie.

Os pinguins são animais gregários (que vivem e viajam em grupos), por isso é importante que sejam reintroduzidos na natureza da mesma forma (em grupo) aumentando, assim, as suas chances de sobrevivência no caminho de volta para casa.

Desta forma, aproveitando uma janela climática, foram reunidos os animais reabilitados no Estado de São Paulo que aguardavam a oportunidade de serem devolvidos à natureza.

Resgate de pinguins

Os animais reabilitados no CRD Argonauta percorreram um longo percurso até chegarem ao Litoral Norte onde, por vezes, são encontrados encalhados e cujo resgate nessa região é realizado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta.

Pinguins-de-Magalhães em reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba (CRD) do Instituto Argonauta. (Créditos: Divulgação/Instituto Argonauta)
Pinguins-de-Magalhães em reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba (CRD) do Instituto Argonauta. (Créditos: Divulgação/Instituto Argonauta)

“É comum a ocorrência destes animais na nossa costa, porém, tem alguns anos que o número de encalhes é surpreendente, como este ano, em que tivemos 618 registros”, conta Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do Trecho 10 do PMP-BS Área SP.

De acordo com a médica veterinária Raquel Beneton Ferioli, os pinguins que foram soltos passaram por um período médio de 2,5 meses de reabilitação, receberam tratamento e manejo nutricional direcionado às necessidades específicas de cada um.

“Todos os animais responderam rapidamente ao tratamento, tiveram exames laboratoriais realizados, ganharam peso adequado, atendendo a todos os critérios de soltura”, detalhou .

O oceanólogo e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo Neto, comentou que esta é uma espécie cujas populações estão declinando e que se encontra próxima do status de ameaçada.

“As ações antropogênicas como a pesca predatória, o aquecimento global e a poluição por lixo e óleo são as principais ameaças a esta espécie. Desta forma, a segunda chance que tentamos dar ao reabilitar cada um desses animais, pretende ser uma pequena contribuição no sentido de reequilibrar a balança em favor dos pinguins.” complementou.

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