Trabalhadores da educação municipal de São Sebastião declararam estado de greve, nesta quarta-feira (5), contra a possibilidade de retorno às aulas presenciais em meio a pandemia do coronavírus (Covid-19). O município registra 1.046 casos confirmados da doença, 22 mortes, 28 pessoas internadas e sete pacientes entubados.
Os servidores da educação vão realizar dois atos públicos contra a retomada. O primeiro será uma carreata denominada “aula presencial sem vacina é chacina”, na próxima terça-feira (11), com encontro inicial às 9h30, na Rua da Praia, no Centro. Em seguida terá uma parada na Secretaria de Educação, onde cada trabalhador irá expor um cartaz, de forma a garantir o distanciamento social.
A segunda manifestação será em Boiçucanga, no dia 18 de agosto (terça-feira), com início às 16h30 na Praça Elpidio Romão Teixeira, próximo a Escola Walkir Vergani. Em seguida, a carreata segue pela Costa Sul.
De acordo com o Sindicato dos Servidores (Sindserv), também será feito um abaixo-assinado virtual pelo não retorno presencial das aulas, que será encaminhado à Prefeitura, à Secretaria de Educação e à Diretoria de Ensino. O departamento jurídico do sindicato também está tomando medidas legais para acionar os órgãos competentes.
A diretoria do Sindserv afirmou que os dados do novo vírus no Brasil impedem um retorno seguro às aulas, pois a pandemia segue sem políticas públicas efetivas para conter a disseminação. “Iremos somar todos nossos esforços para evitar o contágio da comunidade escolar e suas famílias. É um risco imensurável para toda a população. Sem contar que a maioria das escolas não tem estrutura física, materiais, equipamentos e quantidade de profissionais necessários para garantir a segurança de todos em qualquer tipo de retomada”, afirma a presidente do Sindserv, Cristiane Leonello.
Ainda segundo o Sindicato, os servidores irão se reunir em nova assembleia, no dia 20 de agosto, para organização dos trabalhadores e próximas ações.
Estado de greve
O estado de greve é a posição aprovada pelos trabalhadores para alertar os governantes que a qualquer momento pode cruzar os braços pela garantia de direitos. A greve é um dispositivo democrático garantido pelo artigo 9º da Constituição Federal Brasileira de 1988, que assegura o “direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.