Felipe Augusto, prefeito de São Sebastião, ameaçou liberar praias e ambulantes se o governador do Estado, João Dória, “insistir em decretar super feriado”. Ele fez um pronunciamento durante sua transmissão ao vivo na noite desta segunda-feira (18).
O prefeito mencionava o projeto do governador que seguiu para votação na Assembleia Legislativa e permite a antecipação de feriados, aprovado à noite.
Ou seja, nesta quarta e quinta-feira (20 e 21/05) seriam feriado na capital. A sexta-feira (22/5) seria ponto facultativo. São Paulo também teria feriado em 25, 26 e 27 de maio.
A mudança foi sugerida em virtude do isolamento social, já que a capital é a cidade com maior número de casos de Covid-19 do país.
Para Felipe Augusto, o feriado prolongado faria as pessoas virem em massa ao Litoral Norte. “Se houver a decretação desse super feriado é uma irresponsabilidade do Governo do Estado conosco, porque temos duas fronteiras: em Caraguá e em Bertioga, que não podem ser fechadas”.
O prefeito se refere ao pedido feito por ele e prefeitos de Caraguatatuba e Ubatuba, de fechamento das Rodovias SP-55, Oswaldo Cruz e Tamoios, proibido pela Justiça Estadual a pedido do governo, a fim de conter o fluxo turístico na região.
“Nesta terça-feira (19) vamos entrar com ação judicial para fechamento das estradas”, enfatiza. “Agora, se não conseguirmos, vamos liberar as praias e os ambulantes para trabalhar e a culpa será do Governo do Estado por mandar esse monte de gente para cá”.
Riscos do super feriado
Augusto aponta o risco de contaminação da população local com um número grande de turistas que poderão vir.
“Foram 60 dias com tempo maravilhoso na cidade, céu azul, sol praias maravilhosas, mar liso e calmo, coisa mais que há muito tempo não acontecia em São Sebastião”, explica. “Dois meses maravilhosos e uma guerra com nossos guardas municipais e agentes de trânsito recolhendo gente da praia”.
O prefeito ainda citou que a cidade montou hospital de retaguarda, UTI, compraram EPIs e respiradores para garantir a demanda da população local que manteve o isolamento social. “Muita gente da capital virá para a casa de amigos e parentes em São Sebastião”, explica.
“Eu que nasci na praia, não mergulho há 60 dias, respeitando o isolamento social”, diz Augusto indignado. “Mas se eu não puder fechar as fronteiras da cidade, vou liberar os 500 ambulantes que estão passando necessidade e precisando de cesta básica para trabalhar”, finaliza.