Alunos e professores da Fatec de São Sebastião, em parceria com o Barlavento Coworking e Instituto Supereco, utilizam tecnologia para desenvolver proteções faciais mais eficientes e doar aos profissionais da saúde do Litoral Norte.
A máscara, chamada ‘face shield’, é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) extremamente seguro, de dupla proteção, que evita o contato com gotículas, salivas e fluídos nasais que possam atingir o rosto, o nariz, a boca e os olhos, possui dupla proteção e é de fácil higienização.
A máscara é resistente e feita de pet, material semelhante ao de uma garrafa de refrigerante. As placas com esse material são cortadas a laser e montadas. Para isso, além da ajuda financeira de amigos e profissionais de diferentes setores, é preciso uma força-tarefa na execução dos trabalhos.
“A ideia é global e está enraizada na cultura maker. Porém, iniciamos a produção de máscaras por meio da impressão 3D. Eram 12 máscaras por dia. A iniciativa ganhou dimensão e os outros parceiros entraram no projeto”, explica Daniel Jung, diretor da Fatec São Sebastião.
Segundo ele, a Fatec ganhou uma cortadora a laser do projeto Baleia à Vista e hoje produzem 200 máscaras por dia. Hoje o grupo tem, entre alunos e professores, 15 pessoas, além de Marcelo Fernandes, do Barlavento Coworking.
“Percebemos que havia uma necessidade grande de EPI no Litoral Norte e a Fatec estava fabricando as máscaras na impressora 3D, por isso, iríamos dispor de nossa impressora do Barlavento Coworking para ajudar. Mas acabamos mudando os planos e adquirindo uma máquina de corte a laser que otimizou muito o trabalho”, conta Marcelo Fernandes.
Segundo ele, uma máscara demora duas horas para ficar pronta na impressora 3D e com a corte a laser o grupo passou a fazer 24 máscaras a cada meia hora. “A produção é no Laboratório de Inovação e Gestão da Fatec/Etec em São Sebastião. O Barlavento Coworking está fazendo a gestão das atividades dos alunos envolvidos e novos projetos”.
O Instituto Supereco é uma organização social de interesse público (OSCIP) e atua nos vários campos da educação, comunicação, conservação e sustentabilidade.
Na corrente do bem figuram nomes como Júlio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista, assim como a diretoria do Yatch Club de Ilhabela, empresários, donos de restaurantes que doam refeições aos voluntários, entidades particulares que entraram com equipamentos, serra circular, elásticos.
“A meta inicial é produzir pelo menos 2 mil máscaras que serão entregues, gratuitamente, para hospitais e aos SAMU do Litoral Norte”, conta Daniel Jung ressaltando que na linha de produção estão alunos voluntários da Fatec São Sebastião sob supervisão de professores da unidade”, conta Jung.
“É um movimento coletivo, com várias entidades particulares nos ajudando para que consigamos ajudar a população do Litoral Norte no combate ao novo coronavírus”.
Doações
Já foram entregues 105 máscaras para o SAMU, 200 para a Secretaria de Saúde de Caraguatatuba, 40 para a Secretaria de Saúde de Ilhabela, 80 para São Sebastião e 150 seguirão para Ubatuba.
Para o secretário de Saúde de Caraguatatuba, Amauri Toledo, estas novas proteções faciais ajudaram ao combate do Covid-19 na cidade. As ‘face shield’ serão entregues aos profissionais de saúde do município que estão convivendo diariamente com supostos casos do vírus e também os confirmados.
“Nós iremos encaminhar essa doação para que os enfermeiros, trabalhadores do SAMU, técnicos e médicos usem nos hospitais, pois elas previnem mais os usuários. Ela serve como um complemento das máscaras cirúrgicas e protegem completamente os rostos”, explica o secretário.