Por questões de segurança, o campeonato de surf da comunidade tradicional caiçara da praia do Bonete, no sul de Ilhabela, que estava marcado para este fim de semana (1° e 2) foi cancelado devido o mau tempo previsto na região. O evento deve acontecer nos dias 8 e 9 de junho. Totalmente promovido pelos moradores locais e focado em crianças e adolescentes, o encontro deve reunir pelo menos 80 jovens nas baterias.
Considerado um dos maiores “picos de surf” do Estado de São Paulo, o Bonete tem acesso remoto. A chegada ao local só acontece pelo mar ou por uma trilha de aproximadamente 15 km, que só pode ser feita a pé. Por esse motivo, a organização resolveu prezar pela segurança das crianças no mar e também dos jurados e outros visitantes que terão que enfrentar a viagem. A previsão da Marinha do Brasil é que os ventos possam atingir os 60 Km/h (33 nós), com possibilidade de ondas e chuva em todo Litoral Norte.
Iniciativa
O ponta pé para a criação do evento surgiu da vontade de algumas mães incentivarem seus filhos e outros jovens na prática do esporte, além de estimular o desenvolvimento físico e mental e a inclusão social. Outro ponto decisivo do projeto, é evitar o envolvimento dos jovens com drogas, já que este tem se tornado um problema recorrente dentro da comunidade, segundo as mães.
O “Campeonato de Surf das Comunidades Tradicionais” será divididos em cinco categorias: Estreante, para crianças de 10 a 12 anos, Iniciantes, de 13 a 14, Mirim, de 15 a 16 anos, Junior de 17 a 18 e a categoria Feminina que terá a participação das atletas independente de idade. Devido ao grande interesse de toda a comunidade foi aberta na última semana a categoria Open, ampliando a possibilidade da participação de todos.
O Bonete desponta como berço de grandes atletas, com jovens que já ganharam prêmios diversos e hoje vivem do esporte. Além disso, outra característica chama atenção no local: pode-se dizer que praticamente todos os moradores praticam o surf, de jovens a idosos, homens e mulheres. “A importância do esporte dentro da comunidade é inegável e é extremamente necessário investir nesse pontencial”, afirmou Luana Acosta Cristo, uma das voluntárias do projeto.
Sem nenhum financiamento dos órgãos públicos, os organizadores do campeonato possuem apenas apoio de alguns empresários da região e pedem doações de prêmios e alimentos para os competidores. “O projeto tem caráter social firmado no empoderamento comunitário e na colaboração mútua, conceito que engloba a co-criação e a participação de todos na realização e execução do projeto”, finaliza Luana.