As cidades de Ubatuba e São Sebastião confirmaram a morte de macacos por conta da febre amarela e ampliaram as estratégias de vacinação a partir desta quinta-feira (29). De acordo com a Vigilância em Saúde, o Litoral Norte é considerado área de risco por estar no corredor ecológico da Mata Atlântica, onde vive o mosquito transmissor. O órgão alerta ainda que o macaco é um aliado na investigação da doença e não transmite o vírus para o homem.
Em Ubatuba, o teste realizado pelo Instituto Adolfo Lutz deu positivo para um macaco da espécie bugio, que foi encontrado morto no sábado (24) na mata do Núcleo Picinguaba, região norte do município. O diagnóstico foi confirmado na tarde desta quinta-feira (29). A Prefeitura de Ubatuba ainda aguarda o laudo do segundo macaco encontrado morto no bairro do Araribá, na terça-feira (27).
Já em São Sebastião, a notícia foi confirmada na semana passada, em Juquey, onde um macaco saguí (que era criado por uma família de São Paulo como animal de estimação) adoeceu e ao retornar para a capital veio a falecer. Diante dos fatos, o Centro de Vigilância Epidemiológico Estadual apontou a área de Juquehy como sendo Local de Provável Infecção (LPI). As análises feitas em outros três macacos que foram encontrados mortos em São Sebastião desde o início do ano deram resultado negativo para a febre amarela.
“É válido alertar a toda a população que o vírus pode estar circulando em todo o Litoral Norte”, afirmou a diretora da Vigilância em Saúde, Fernanda Carolina Paluri.
Controle
A Vigilância em Saúde de Ubatuba e representantes do Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo retornaram ao local em que o macaco foi encontrado, nesta quinta, com o objetivo de identificar outros animais doentes ou mortos. O prefeito da cidade, Délcio Sato (PSD), determinou que a vacinação contra a febre amarela ocorra durante todo o feriado de Páscoa. Para receber a vacina, basta apresentar o RG ou a certidão de nascimento nas UBSs.
Já em São Sebastião, a Secretaria de Saúde, decidiu o bloqueio vacinal para controle da doença e, especificamente em Juquehy, está realizando a vacinação casa a casa em todo o bairro. Além disso, a secretaria de Estado disponibilizou um veículo 4×4 que irá adentrar as áreas de difícil acesso garantindo o bloqueio vacinal da população que vive em locais próximos à mata.
Vacinação
A Vigilância lembra que a vacina contra a febre amarela é a única maneira de impedir uma epidemia da doença caso o vírus comece a circular na região. A vacina demora 10 dias para ter efeito entre a data de aplicação e a efetiva proteção.
As crianças, a partir dos 9 meses de idade, deverão ser imunizadas e as contraindicações são para as mulheres grávidas, mães que amamentam crianças até seis meses de idade, pessoas que fazem o uso de medicações imunossupressoras, portadores de doenças autoimunes, câncer e alergia grave ao ovo de galinha.
A meta de imunização, definida pelo Ministério da Saúde, é vacinar 100% da população do País, mas os números ainda estão abaixo da média nas cidades do Litoral Norte.