Influenciador com síndrome de Down usa voz e redes sociais para promover inclusão

Em um país onde a inclusão ainda é um desafio diário, João Vitor de Paiva, um jovem de 24 anos com síndrome de Down, emerge como uma voz poderosa na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, João Vitor utiliza sua plataforma para conscientizar sobre temas como preconceito, acessibilidade e o direito à autonomia das pessoas com deficiência.

“É um reconhecimento muito legal. Mostra que meu trabalho está alcançando meu propósito de dar voz a milhões de pessoas com deficiência no Brasil”, afirma João Vitor sobre seu papel como influenciador. “Essa conscientização tem de ser feita todos os dias, repetindo várias vezes para alcançar nosso objetivo de reduzir os estigmas e preconceitos. Os temas que mais repercutem são os que mostram minhas conquistas e os de defesa da inclusão”, explica.

 

Além do impacto digital, João Vitor é palestrante, ator, modelo e ativista. Ele também é o primeiro aluno com T21 (trissomia do cromossomo 21) a se formar em Educação Física pela PUC Goiás, um feito que quebra barreiras e inspira outros estudantes com deficiência. “A formação superior é um grande desafio diário para qualquer pessoa. Para mim, não foi diferente”, relata. “Nunca me senti desmotivado. Desde pequeno aprendi que posso ocupar qualquer espaço, e todos entenderam isso, me respeitaram e acreditaram em mim”.

O jovem pontua que o mais importante nesse processo foi o acolhimento. “Ser tratado como uma pessoa capaz, com possibilidades além das dificuldades, fez toda a diferença”.

Reconhecido pelo UNICEF como um dos cinco Jovens Ativistas do Brasil, João integra um grupo seleto de 100 jovens lideranças globais da instituição, sendo o primeiro com deficiência intelectual.

Ele tem participado de projetos de combate ao preconceito e justiça climática, inclusive com participação confirmada na COP30. “É uma honra e uma responsabilidade grande. Me dá credencial para reforçar minha luta e levar minha voz com mais força”, diz sobre o reconhecimento do UNICEF.

 

Falando sobre a síndrome de Down

“Compartilhar minha história me ajudou a encarar cada etapa com mais coragem. Me tornei um ativista digital. E isso começou há apenas dois anos, depois de um vídeo sobre minha rotina na faculdade viralizar. É de fundamental importância a inclusão de pessoas atípicas na sociedade, porque abre portas para o futuro e mostra que todos podem realizar seus sonhos e fazer parte de uma vida comum e repleta de realizações pessoais e profissionais.

síndrome de down

Com carisma, inteligência e propósito, João tem percorrido o país ministrando palestras em escolas, universidades, empresas e órgãos públicos. Em suas falas, ele enfatiza que a inclusão não é um favor, mas um direito. Ele acredita que a sociedade precisa superar barreiras físicas, sociais e atitudinais para garantir que as pessoas com deficiência tenham seus direitos plenamente garantidos.

“Ser influenciador e palestrante me deu confiança e força para acreditar que eu posso chegar onde quiser”, afirma. “Quando a sociedade acolhe, ajuda a construir uma sociedade mais justa e sem preconceitos”.

Neste mês de setembro, dedicado à inclusão, João deixa uma mensagem para a sociedade brasileira: “Não desistam. Mesmo quando as portas parecem fechadas, sempre há um caminho. Acreditem em vocês e busquem apoio”.

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