Uma baleia jubarte macho e jovem foi encontrada morta no Saco do Morcego, próximo a praia da Caçandoca, região Sul de Ubatuba. Segundo a equipe de monitoramento embarcado do Instituto Argonauta, ela foi localizada há duas semanas em estado avançado de decomposição. A causa da morte ainda não foi definida.
Como a carcaça está em uma costeira afastada e de difícil acesso não foi preciso realizar nenhuma intervenção. Apenas quando o animal está à deriva, é necessária a remoção para evitar proliferação de bactérias e problemas de acidentes com embarcações.
O oceanógrafo, Hugo Gallo Neto, presidente da entidade, explica que esse é o melhor método para que o corpo se decomponha naturalmente no ambiente marinho. Caso o animal esteja na água, o Instituto Argonauta desenvolveu uma técnica para justamente encalhar e manter o animal em local de terra firme e mais distante.
As baleias jubartes são mamíferos marinhos que podem atingir 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. São animais migratórios, que anualmente percorrem grandes distâncias ao longo da costa brasileira, no outono, e no inverno migram sentido ao nordeste do Brasil para reprodução, dar à luz e alimentar seus filhotes. É nessa época que cruzam o litoral paulista, aumentando os avistamentos em nossos mares. Durante o verão, retornam para os mares antárticos para se alimentarem.
Recentemente o número de indivíduos da espécie aumentou, e elas saíram da lista de ameaçadas de extinção. A manutenção deste status depende da conservação dos oceanos e do habitat.
O Instituto Argonauta atua, desde 1998, em parceria com o Aquário de Ubatuba e outras instituições em diversas ações de sensibilização ambiental sobre a problemática do lixo deixado na areia e jogado no mar, que impacta diretamente a vida marinha, causando a morte de muitos animais.
A instituição também executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que realiza o monitoramento embarcado em 77 praias de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. A atividade é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para liberar as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na região.