Ubatuba, um dos destinos mais procurados no Litoral Norte, é conhecida não apenas por suas belas praias e rica biodiversidade, mas também por seu acervo de lendas.
A Gruta que Chora, localizada do lado esquerdo da praia da Sununga, é cercada de mistérios. Por um lado, é uma interessante formação geológica, mas não é composta por segmentos vulcânicos como dizem. Ela é parte da formação rochosa costeira, composta principalmente por rochas sedimentares e metamórficas.
A água que escorre pelas paredes provém de nascentes naturais que se infiltram pela rocha porosa, criando o efeito visual e sonoro que dá nome ao local. É um belo exemplo de como a geologia e a hidrologia interagem na paisagem natural.
A Lenda da Gruta que Chora
Por outro lado, todo turista já ouviu alguma história sobrenatural sobre a Gruta que Chora. Uma das versões da lenda é que uma indígena foi abandonada por seu amor, um guerreiro que partiu para a guerra e nunca mais voltou. Ela o esperou na gruta até sua morte; então, teve seus soluços e lamentos eternizados nas águas que se infiltram pelas fendas da gruta.
Uma outra versão da lenda é que havia um monstro marinho que morava naquela praia e tinha por costume atacar embarcações pesqueiras e devorar os tripulantes. Dizem os antigos moradores de Ubatuba que Padre Anchieta foi até o local e o benzeu. Desde então, nunca mais viu-se o monstro. Eles justificam também que as águas que escorrem das paredes da gruta são bentas e, por isso, a cidade está salva.
Outra versão
Há também uma terceira história, que mais parece a junção das duas primeiras. Conta-se que na Sununga vivia um homem que todas as noites se transformava em monstro marinho. Um dia, ele conheceu uma moça chamada Iracema e ele se apaixonaram.
Não demorou muito e o pai de Iracema descobriu o romance e decidiu seguir o rapaz para saber onde ele morava, quem era sua família. Entretanto, acabou deparando-se com o monstro, que tinha cabeça de dragão e corpo de serpente. Desesperado e com medo de que algo acontecesse com sua filha,, ele acabou pedindo ajuda ao padre José de Anchieta que, durante um cerimonial com água benta, conseguiu expulsar o tal monstro da praia.
De longe, Iracema acompanhou a partida de seu amado para o mar e se escondeu na gruta, onde chorou até morrer. Para os antigos moradores das proximidades, a água que escorre de dentro da gruta é a mistura das lágrimas de Iracema com a água benta deixada pelo padre. O mais interessante é que acreditam eles que essa água pode curar corações partidos.
Estas são algumas das versões de lendas que permeiam a cultura de Ubatuba, contribuindo para o misticismo e a atmosfera única da cidade, atraindo não apenas turistas interessados em suas praias e belezas naturais, mas também aqueles fascinados por suas histórias e tradições.