Trabalhadores do Porto de São Sebastião divulgaram a paralisação dos trabalhos, na próxima sexta-feira (28) contra a privatização dos portos no país. A ação ocorre entre 7h e 19h, com manifestação no portão principal da autoridade portuária, na região central da cidade.
A desestatização é uma proposta do governo federal que vai contra a proposta da classe. De acordo com Felipe Santana, conferente de carga, e um dos organizadores do movimento, a entrega dos portos à iniciativa privada fere a soberania nacional, uma vez que os portos são considerados áreas fronteiriças do território brasileiro.
Segundo Santana, a desestatização se compara à privatização do sistema de segurança brasileiro. “É como privatizar as polícias”, esclareceu.
Ainda de acordo com ele, a entrega dos portos à iniciativa privada gerará uma série de impactos, prejudicando diretamente a comunidade portuária e, certamente, irá impactar a cidade de São Sebastião na falta de geração de emprego, renda e receita para o município.
Durante a manifestação do próximo dia 28, tendas serão montadas com o objetivo de esclarecer a situação e chamar a atenção para a privatização dos portos no Brasil.
Porto de São Sebastião
O porto de São Sebastião movimenta em torno de 750 mil toneladas por ano de granel sólido como, barrilha, sulfato, ulexita, silicato de Vidro, malte, cevada e insumos de fertilizantes.
A cidade é responsável por um terço de toda a barrilha movimentada no Brasil. O insumo é a matéria prima para a indústria de cosméticos, vidreira, além de sustentar, indiretamente, a indústria automobilística e da construção civil.
A atividade portuária no município é base logística de 70 cidades paulistas, onde estão localizadas essas indústrias, que são alimentadas pelas cargas operadas no porto.
No que diz respeito a receita municipal, Santana destaca, que os serviços realizados no porto, trás para a Fazenda, cerca de R$ 25 milhões ao ano, só com valores arrecadados de ISS (Imposto Sobre Serviço).
“O porto, em suas diversas atividades, sustenta aproximadamente 1,2 mil famílias, que estão distribuídas nos mais diversos setores desse vetor econômico, como: operação portuária, agenciamento marítimo, transporte de carga, apoio à navegação e manutenção de equipamentos”, afirmou Santana.