Os dois acusados pela morte do arquiteto Wesley Augusto Sant’Ana, conhecido como Lelo, vão a júri popular em São Sebastião na próxima segunda-feira (27). O servidor municipal Robson de Souza, conhecido como Kero-Kero, e a ex-mulher da vítima, Paula Regina Martins Sant’anna serão julgados pelo crime. A sessão será fechada ao público, seguindo protocolos de segurança contra Covid-19.
Na ocasião da morte, Paula, que tinha dois filhos com Lelo, e Kero-Kero, que era amigo íntimo da família, eram amantes. Os dois estão presos desde 2018.
A morte de Lelo
O arquiteto de 39 anos foi assassinado em outubro de 2018 em sua casa, no Varadouro, região central de São Sebastião.
Segundo a versão dada à Polícia Militar, era por volta das 3h da madrugada quando a esposa da vítima, que estava no andar superior da casa, escutou barulhos no andar de baixo. Preocupada, ela chamou um vizinho. Ao entrar na casa, encontraram Lelo caído.
A informação inicial era que ele havia sido baleado, mas o Instituto Médico Legal (IML) constatou que a vítima foi morta com requintes de crueldade, sendo asfixiado e atingido diversas vezes com objeto cortante na cabeça.
Ainda de acordo com a polícia, levaram alguns pertences da vítima como celulares e um revólver. Lelo era ex-policial militar, mas há anos havia deixado a profissão e era chefe de seção de Obras Particulares, na Secretaria de Obras da Prefeitura.
Envolvimento no crime
Segundo o delegado titular do 1º DP de São Sebastião na época, Vanderlei Pagliarini, que comandou as investigações, todos os arquivos de Whatsapp do celular do acusado foram deletados no dia do crime, inclusive o aplicativo foi reinstalado.
Peritos da Polícia Federal que recuperaram os arquivos deletados do aparelho. De acordo com o delegado, havia provas do envolvimento de Kero-Kero com Paula Regina, como fotos e áudios.
Ainda há provas nas imagens de câmeras do Centro de Operações Integradas (COI) e das imediações do crime. Segundo Pagliarini, é possível ver o carro do indiciado nas proximidades da casa por volta das 22h20 da noite do crime e saindo às 2h35. Há também imagens do vulto de uma pessoa em um barranco no terreno vizinho à casa da vítima entre 2h25 e 2h35. Além disso, o carro deixando o local na contramão.
Também chamou a atenção que a cachorra da vítima que não deixava nenhum estranho chegar na casa, nesta data teria se comportado normalmente, não dando sinal de alerta.