Ilhabela iniciou, nesta quinta-feira (10), instalações para um hospital de campanha que atenderá pacientes não-Covid, liberando mais leitos do Hospital Mário Covas para atendimento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus.
A Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Saúde, informa que oferecerá, no estacionamento do Hospital Municipal, o Hospital de Campanha do Município, com capacidade total para 46 pacientes. A estrutura contará, inicialmente, com 20 leitos e terá a capacidade aumentada conforme a demanda.
Enquanto isso, no Hospital Mário Covas, a capacidade de atendimento para pacientes diagnosticados com a Covid passará a contar com 25 leitos intermediários e cinco leitos de UTI.
De olho na temporada
“No início da campanha, contamos com a estrutura do Caps, que tinha 22 leitos. Com a chegada da alta temporada, há um aumento da demanda do hospital com casos de fraturas, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas em cachoeiras e outras situações, por isso optamos pelo Hospital de Campanha”, explicou o secretário de Saúde Gustavo Barboni.
“No início da pandemia, a maior parte dos pacientes graves tinham entre de 69 e 80 anos de idade. Agora são os mais jovens, muitas vezes na faixa dos 25 e 35 anos de idade”, completou.
Até o momento, Ilhabela tem 2.600 casos confirmados para Covid-19. Desses, 2.169 já estão recuperados, o que corresponde a 89,7 % do total.
Vale lembrar que no início da pandemia a cidade fechou seu acesso, via balsa, para quem não fosse morador do arquipélago, mantendo o isolamento social por 77 dias, garantindo a Ilhabela um dos menores índices de letalidade por Covid-19 do país, segundo a Secretaria de Saúde Municipal.
Risco de colapso no Sistema de Saúde
Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que o aumento dos casos e internações por Covid-19 em vários estados, desde o início de novembro, está encontrando “um sistema de saúde menos preparado para atender a demanda por leitos de enfermarias e UTIs, não só nas regiões metropolitanas, mas principalmente nas cidades menores”.
A Fundação alerta que a possibilidade de colapso do atendimento aos novos casos é real e poderá acontecer nas próximas semanas, agravada pela chegada das festas de fim de ano e das férias.
“Sem cuidados devidamente adequados e sem manutenção do isolamento social”, agravará um quadro composto por “desmobilização de leitos extras dos hospitais de campanha; a ocupação de leitos por outros problemas de saúde que ficaram represados durante o avanço da epidemia de Covid-19; a maior circulação de pessoas; as dificuldades de identificação de casos e seus contatos devido à baixa testagem; e o relaxamento dos cuidados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene”, alertou a Fiocruz.