UPA do Jardim Primavera foi a campeã de reclamações, de acordo com Comissão de Assuntos Relevantes
Por Acácio Gomes
Criada em maio de 2014 para investigar a situação da saúde pública de Caraguatatuba, a Comissão de Assuntos Relevantes (CAR) da Câmara apresentou nesta semana o relatório final com os apontamentos. Em algumas unidades, como na Tabatinga, o paciente que quisesse realizar o agendamento de consultas com um médico vascular, por exemplo, tinha que esperar por até um ano e meio.
A CAR é formada pelos vereadores Aurimar Mansano (PTB) – presidente, Agostinho Lobo de Oliveira, o Lobinho (PSDB), – relator, e Petronílio Castilho dos Santos, o Loro Castilho (PR), e foi criada por causa dos problemas recorrentes no serviço público de saúde, tais como: a intervenção na Casa de Saúde Stella Maris, a sucessão da administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o excessivo número de reclamações relacionadas ao tempo de espera no atendimento de especialidades médicas, problemas na liberação de medicamentos, demora na realização de exames laboratoriais, entre outras.
Depois de visitar nove Unidades Básicas de Saúde (Massaguaçú, Tinga, Jaraguazinho, Porto Novo, Morro do Algodão, Perequê-Mirim, Tabatinga, Jetuba e Casa Branca), a Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Primavera, além da Casa de Saúde Stella Maris, os vereadores concluíram problemas semelhantes em todos os locais visitados.
Em algumas unidades, como na Tabatinga, o paciente que quisesse realizar o agendamento de consultas com um médico vascular tinha de esperar por até um ano e meio. Já para neurologista a demora era de seis meses, enquanto cardiologista de três a quatro meses. Já para marcar consulta com oftalmologista a demora era de dois meses.
Foi identificada ainda falta de remédios de uso contínuo como losartan, dipirona 500mg, dimeticona, aciclovir, ácido acetilasalicilico, diltiazem 60mg, dexametasona e atenolol 25mg, entre outros.
Outro ponto destacado nas visitas foi o fato de muitas unidades realizarem o atendimento com enfermeiras pela falta de médico na rede. Estruturas precárias e locais insalubres também foram identificados na fiscalização, como na UBS do Massaguaçu.
Porém, de acordo com o relatório apresentado na Câmara de Caraguá, a demora de atendimento na UPA do Jardim Primavera foi a campeã de reclamações. Pacientes relataram a espera de seis até nove horas por atendimento, principalmente após a mudança de administração da empresa.
Stella Maris e UPA
Sobre a intervenção e posterior gestão compartilhada na Casa de Stella Maris, a CAR promoveu reuniões para discutir repasses e atendimentos.
Já em relação à UPA, por haver questionamento sobre a legalidade do contrato entre o Município de Caraguá e o Instituto Corpore, ofícios foram encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado para minuciosa análise.