A patrulha Maria da Penha de São Sebastião abre o mês de agosto acompanhando 122 medidas protetivas da lei de mesmo nome.
A policial municipal Liliana Granato Bedrossian Sobral explica que o trabalho vai além do acompanhamento. As equipes fazem rondas nas casas das mulheres, mantêm contato constante por telefone e WhatsApp e, em casos de alto risco, fornecem um botão do pânico. “Ele dispara no Centro de Operações Integradas, e uma viatura é imediatamente encaminhada ao local”, detalha Liliana.
“Eu achava que era normal”. A frase, dita por C.S.A., de 44 anos, ecoa a realidade de muitas mulheres que sofrem violência doméstica em São Sebastião.
Após 11 anos de um relacionamento marcado por agressões verbais e racismo, ela tomou uma decisão que salvou sua vida. Hoje, depois da denúncia, C.S.A. é acompanhada pela Patrulha Maria da Penha, um braço da Polícia Municipal, e sua história de superação se tornou um símbolo da luta contra o ciclo de violência na cidade.
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Sua experiência, que chegou ao ponto de levá-la a uma tentativa de suicídio, reforça o que a Lei Maria da Penha, que completa 19 anos, busca coibir. A violência não se manifesta apenas em marcas visíveis no corpo, mas também em cicatrizes emocionais profundas, como as causadas por ameaças, humilhações e o controle psicológico.
Diante desse cenário, a Patrulha Maria da Penha se tornou um farol de esperança para as vítimas. De 2016 até julho deste ano, foram realizadas 76 prisões relacionadas à violência contra a mulher e 6.256 atendimentos ou acompanhamentos de medidas protetivas. Somente em 2025, de janeiro a julho, já foram 1.064 atendimentos a mulheres cadastradas.
A pandemia, segundo a policial, trouxe à tona o ‘divórcio cinza’, com um novo e desafiador perfil de vítimas, de mulheres com mais de 50 anos que, após anos de casamento, decidem romper com o ciclo de agressão. “São pessoas que já têm filhos criados e não querem mais passar por situações de violência”, explica. Este novo cenário reforça a necessidade de as mulheres buscarem ajuda em qualquer idade e de entenderem que a violência, em suas diversas formas, não pode ser normalizada.
Para quem busca uma saída, o caminho começa na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) ou no fórum. A história de C.S.A., que decidiu “quebrar o ciclo” por sua filha, é um lembrete poderoso de que há esperança e uma rede de apoio pronta para ajudar a seguir em frente.