A primeira unidade escolar da comunidade tradicional caiçara da Figueira, em Ilhabela, foi oficialmente entregue nesta sexta-feira (9). A iniciativa atende a uma demanda antiga dos moradores locais para inclusão de seis alunos que não tinham acesso à educação ou precisavam se deslocar por grandes distâncias a pé.
Serão atendidos nesta primeira fase: uma criança da Educação Infantil, um aluno dos anos iniciais e quatro dos anos finais do Ensino Fundamental. A equipe que atua na escola é formada por um professor e três bolsistas do programa S.O.S Ilhabela, sendo dois responsáveis pelo apoio na merenda e na limpeza e um na zeladoria.
Adaptada com estrutura para o desenvolvimento pedagógico e o bem-estar dos alunos, a nova escola conta com uma sala de aula, cozinha, refeitório, banheiro para alunos, dormitório e banheiro para o professor, além de uma varanda coberta e uma área externa gramada destinada às brincadeiras.

A unidade está equipada com computador para uso pedagógico do professor, impressora colorida, lousa digital interativa, mesinha digital voltada à Educação Infantil, jogos pedagógicos, livros didáticos e obras de literatura.
Acesso remoto
A Praia da Figueira tem 300 metros de extensão, águas calmas, verdes e transparentes. Localizada em área do Parque Estadual de Ilhabela, está escondida atrás da Ilha das Galhetas, ao leste do município. O acesso só pode ser feito pelo mar ou por uma trilha a partir da Praia de Castelhanos, passando pelas praias Mansa e Vermelha, com cerca de duas horas de duração.
Homenagem
A Escola Municipal “Odorico Inacio dos Santos” homenageia um homem que, mesmo sem ter frequentado a escola, foi exemplo de sabedoria, honestidade e amor pela família. Nascido em 1º de junho de 1921, filho de Antonio Inácio dos Santos e Eugenia de Jesus, Seu Odorico foi criado na própria Figueira, onde construiu sua história com trabalho duro na pesca, na roça e no antigo Engenho D’Água.
Apesar da ausência de estudos formais, educava com sensibilidade, carinho e valores que deixaram marcas profundas em todos ao seu redor. Em seu braço, tatuou “Amor de Família”, sentimento que guiava seus passos. Festeiro e animado, era presença constante nos bailes da comunidade e nas tradicionais Folias de Reis, sempre acompanhado de sua viola e de seu sorriso largo. Partiu em maio de 2014, mas permanece vivo na memória dos familiares, amigos e agora também na história da educação de Ilhabela, eternizado como patrono da primeira escola da Figueira.