O empresário, delator de esquemas do PCC e de corrupção entre policiais civis, executado com 10 tiros de fuzil no aeroporto internacional de Guarulhos, na última sexta-feira (8), tinha um apartamento avaliado em até R$ 8 milhões, em Caraguatatuba. Uma lancha avaliada em R$ 4 milhões também está registrada em São Sebastião.
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, também possuía em seu nome 11 imóveis em São Paulo, um lote na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, uma sala comercial na capital paulista, outras duas lanchas e um helicóptero, segundo reportagem publicada pelo UOL.
Oito dias antes de ser assassinado, Vinícius fez uma delação premiada sobre esquemas criminosos do PCC e sobre corrupção de policiais civis. Ele respondia processo por lavagem de dinheiro, junto ao próprio Primeiro Comando da Capital, e estava com todos os bens bloqueados pela Justiça antes do acordo.
Quando seus advogados apresentaram a proposta ao Ministério Público, ele pediu o desbloqueio e o Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) manifestou-se favoravelmente. O acordo de delação premiada foi homologado em 24 de abril pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários.
Entre os 18 bens que Vinícius pleiteou o desbloqueio, estão um apartamento no condomínio ‘As Gaivotas’, na praia da Tabatinga, na região norte de Caraguatatuba, um dos condomínios mais sofisticados do litoral paulista. Além de uma lancha Cimitarra 64 pés (ano 2017) registrada na Capitania dos Portos de São Sebastião, e dois motores Volvo Penta IPS a diesel.
Na proposta de delação, os advogados de Vinícius postularam a concessão de perdão judicial ao cliente, especificamente em relação às imputações referentes ao crime de lavagem de dinheiro e pediram ainda a redução da pena privativa de liberdade em até 1/3. Os advogados defenderam também a imposição do regime inicial aberto sem caso de condenação. O MP foi contra a redução da pena.
Execução
Gritzbach foi fuzilado na frente da namorada e do filho, quando pretendia embarcar em uma Trail Blazer, blindada, que o aguardava em frente ao terminal 2 do maior aeroporto do Brasil. Antes disso, ele e a companheira, Maria Helena Paiva Antunes, de 29 anos, passaram alguns dias em Maceió (AL).
Após o avião pousar, oito policiais militares que faziam sua escolta pessoal (o que é proibido pela legislação brasileira) disseram que o carro blindado em que buscariam ele estava com problemas e desmarcaram o encontro.
Apenas um deles foi buscar Vinícius em outro veículo, junto com o filho da vítima. Porém, antes de conseguir entrar no carro, o delator foi alvo de mais de 20 tiros de fuzil e outros calibres, dos quais 10 lhe atingiram, dois deles no rosto.
Homens encapuzados desceram de um carro, na área de embarque e desembarque, e começaram a atirar. Além do empresário, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu. A namorada de Vinícius e o PM que o acompanhava não foram atingidos.
Os suspeitos fugiram e o carro usado no crime foi encontrado a alguns quilômetros de distância. Vinicius morreu no local. Já os policiais militares responsáveis pela segurança estão afastados e são investigados por suspeita de envolvimento no crime.