Ilhabela inaugura nesta segunda-feira (13) o Museu da Cultura Afro-Brasileira. Localizado na Fazenda Engenho D’Água, o espaço promete ser não apenas um lugar de exposição, mas um portal para compreender a rica e complexa história dos afrodescendentes no Brasil e em Ilhabela. A cidade inclusive foi um dos maiores pontos de venda de pessoas escravizadas no mundo.
O museu, cuja curadoria é liderada pelo historiador e arqueólogo Plácido Cali, apresenta uma narrativa abrangente desde os tempos sombrios da escravidão até as lutas pela libertação e a contribuição cultural dos negros para a região. Documentos inéditos sobre a emancipação dos escravos em Villa Bella serão expostos, lançando luz sobre um capítulo muitas vezes esquecido da história local.
Além da história da escravidão, o museu destacará as diversas manifestações culturais afro-brasileiras que enriquecem a identidade de Ilhabela. Da capoeira à culinária, da música à religião, da arte às festas carnavalescas, cada aspecto será cuidadosamente explorado para revelar a profunda influência da cultura negra na vida cotidiana da ilha.
Um dos destaques é a homenagem a personalidades negras locais, tanto do passado quanto do presente, cujas contribuições foram fundamentais para a construção da identidade cultural de Ilhabela. Nomes como Eva Esperança, Dona Izanil, Nega Malu, Joãozinho do Pagode, Dona Helena, Dona Licinha, Maria do Frade e Diógenes serão lembrados com reverência, enquanto figuras atuais como Nega da Capoeira, Mestre Besouro e Noemi Petarnella serão destacadas por sua incansável defesa da cultura e sua luta contra o preconceito racial.
O artista plástico Sergio Mancini contribuirá para a exposição com esculturas e desenhos inspirados no tema.