A Polícia Civil e o Ministério Público realizaram uma ação para investigar supostas fraudes na Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc), na manhã desta terça-feira (23). A operação Cultura em Ruínas investiga a suspeita do desvio de R$ 200 mil para a conta pessoal de funcionários. Porém, a atual gestão avalia o rombo em R$ 2,5 milhões.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão: na sede da fundação e em outros endereços ligados aos investigados.
e 23 policiais, mobilizando oito viaturas. As diligências levaram à apreensão de R$ 10 mil em espécie, três notebooks, dez aparelhos celulares, duas CPUs, três HDs externos, notas promissórias, pendrives, cartões de memória e diversos documentos. A polícia chegou a pedir a prisão temporária dos suspeitos, mas a Justiça negou o pedido.
O Poder Judiciário já havia determinado também o bloqueio de bens de seis pessoas, incluindo veículos, valores, imóveis e criptoativos, bem como a quebra do sigilo de dados armazenados nos celulares apreendidos.
O inquérito foi aberto em julho do ano passado, após uma denúncia anônima. Segundo a Civil, a apuração envolve a prática de peculato e associação criminosa na fundação, indicadas por movimentações bancárias que favoreciam a ex-diretora administrativa, Tatiana Batista de Jesus, que ocupou o cargo por seis anos, e outros cinco funcionários. Inclusive, ela já havia sido afastada após suspeitas internas.
Apesar da negativa no pedido de prisão, o poder judiciário determinou afastamento dos envolvidos de funções públicas e o impedimento deles frequentarem os prédios públicos envolvidos na investigação. O grupo também foi proibido de sair da cidade por mais 15 dias sem autorização.
Procurada pela reportagem, a assessoria da Fundacc divulgou que foram apreendidos computadores para apurar suspostos desvios cometidos na gestão anterior. “Importante ressaltar que a ação faz parte do processo de investigação e cuja denúncia começou a ser apurada após o registro de boletim de ocorrência lavrado pela atual presidência da autarquia. A atual presidente preza pela transparência e esclarecimentos dos fatos e vai continuar contribuindo com as investigações”, diz a nota.
Já a Prefeitura de Caraguatatuba explicou que a entidade tem autonomia administrativa e financeira e que suas contas são avaliadas pelo Tribunal de Contas do Estado separadamente. Por outro lado, a administração municipal afirmou estar acompanhando o caso e contribuindo com as investigações.