Ubatuba planeja iniciar produção de hidrogênio verde com aporte de € 4 bilhões

Visando o desenvolvimento sustentável, Ubatuba pretende firmar uma parceria inédita com a Fundação ISCM, organização sem fins lucrativos e sediada em Bruxelas, na Bélgica, para produção de hidrogênio verde (H2V). O projeto prevê a injeção de 4 bilhões de euros (cerca de 21 bilhões) e levará a cidade a se tornar uma das líderes na “revolução energética”.

A produção de energias renováveis tem estado no centro dos debates da COP28, a principal cúpula sobre a questão climática no mundo, iniciada no último dia 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes. Chefes de Estados e líderes mundiais discutem as possíveis soluções e tecnologias para frear o aquecimento global.

Registrada da ONU e Membro da Aliança Europeia para o hidrogênio limpo, a Fundação ISCM tem como missão o planejamento estratégico na produção do H2V como energia limpa e já começou a implantar esse mesmo projeto em cidades da África, Asia e América Latina. No Brasil, além de Ubatuba, existem tratativas em andamento com mais cinco estados e prefeituras. Com esse objetivo, a Fundação tenciona fazer estudos preliminares sobre a possibilidade/viabilidade de Ubatuba ser sua coadjuvante na produção do H2V e, assim, se destacar no combate às mudanças climáticas no mundo e garantir um futuro próspero ao município.

A inovação é acolhida pelo Prefeito Márcio Maciel que, de olho no futuro, comenta: “Esta é a hora de acelerar o uso da tecnologia para a inovação. Ao desempenhar um papel crucial na transição energética brasileira, Ubatuba será exemplo para as demais regiões na construção de um caminho mais verde rumo à prosperidade”.

A parceria entre a Fundação ISCM com a Prefeitura Municipal de Ubatuba na exportação de hidrogênio verde para o mercado internacional vai gerar riquezas, assegurar a qualidade do ar e a despoluição dos rios em Ubatuba, além de promover empregos e crescimento sustentável no município.

O projeto contará com a ISCM Investments, o fundo de investimento da Fundação, na captação de recursos. O estudo de viabilidade na região deve se estender por quatro meses. Se averiguada a viabilidade do projeto, a ISCM Investements deverá criar e financiar duas filiais de multinacionais: uma de tratamento de água (SWS – Systemic Water Solutions Ubatuba) e outra de energia (SES – Systemic Energy Solutions Ubatuba), para sustentar a produção de água e energia limpa.

Entre os compromissos que a Fundação deverá cumprir, segundo o acordo proposto, figura o financiamento de programas de desenvolvimento sustentável para o município.

“Deixamos claro que o Memorando de Acordo (MoA) não é um contrato, é um acordo de intenções em que a única contrapartida da Prefeitura de Ubatuba para estes projetos é o apoio institucional necessário para obter licenças e permissões para as empresas que vão fazer a gestão do empreendimento. Sabemos que liberar licenças e permissões é obrigação do estado brasileiro, se cumprido as normas e as leis brasileiras, evidentemente”, explica Dr. Gustavo Medina, CEO da ISCM Foundation no Brasil.

O MoA é um protocolo de intenções onde é assegurado que o ônus financeiro do empreendimento é responsabilidade da Fundação. “Este apoio inclui a prefeitura como shareholder do projeto, compartilhando os benefícios obtidos com o apoio legal e a parceria do município que irá usufruir do benefício do desenvolvimento sem aumentar a dívida pública”, completa Medina.

Um hidrogênio realmente verde

O hidrogênio verde é uma fonte energética totalmente sustentável, cuja combustão não emite gases poluentes. Sua produção ocorre de forma silenciosa, sem poluição sonora e ele pode ser convertido em eletricidade ou em combustíveis sintéticos que atendem propósitos comerciais, industriais e de mobilidade.

Todavia, a maior parte das empresas utiliza um processo físico na produção do hidrogênio verde, a chamada eletrólise, que requer uma grande quantidade de energia. A Fundação ISCM utiliza uma nova tecnologia que será empregada para a produção do H2V em Ubatuba. A Fundação tem ainda dois outros sistemas de produção de hidrogênio verde. O estudo de viabilidade vai determinar qual será o modelo empregado na cidade.

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