cEm meio ao caos instaurado pelas chuvas em São Sebastião, mais precisamente em Juquehy, Vila Sahy, Cambury e Boiçucanga jovens do projeto Vibre Ondas de Amor (VOA) foram às ruas. O grupo atua em uma logística comunitária para ajudar e salvar as vítimas da tragédia.
O VOA começou em 2020, quando se reuniram para o enfrentamento da Covid-19 na região da Costa Sul de São Sebastião. Hoje, o projeto conta com mais de 200 membros que formam uma rede colaborativa que já arrecadou mais de R$ 350 mil em dinheiro.
Além disso, mobilizaram uma evacuação por áreas marinhas, envolvendo pescadores locais, comunidades e veranistas no escoamento das doações. Foram alcançados abrigos, creches, cozinhas e formada uma rede de apoio de médicos, psicólogos e recreadores.
“Imediatamente na manhã após a enxurrada, o VOA foi reativado e ganhou potência, em uma rede colaborativa e extremamente proativa para trabalhar na situação emergencial no Litoral Norte”, explica a idealizadora, Sofie Wolthers.
Diariamente, segundo ela, constroem equipes, logísticas, organização, frentes de trabalho e comunicação. “Estamos desenhando planos de ação para o futuro. Isto não é um cenário que acaba hoje, e nem na semana que vem” enfatiza Sofie.
Para o VOA, a noite de 19 de fevereiro foi de longe a expressão mais intensa da força da natureza que já passou por São Sebastião. “Uma noite e uma madrugada inteira de chuva ininterrupta e devastadora. Os rios transbordaram, morros deslizaram e como resultado, centenas de famílias perderam tudo”, define a equipe.
Atuação do VOA em Juquehy, Vila Sahy, Cambury e Boiçucanga
“Desde o primeiro dia, com os nossos voluntários e moradores, que também foram impactados, iniciamos a mobilização. De compra de mantimentos, ajuda no socorro e salvamento, organização de abrigos e creches, pontos de alimentação e mais. De forma imediata, orgânica, intensa e extremamente colaborativa, criamos uma rede com pontos de coleta por São Paulo, outras cidades e até estados”, explica a organizadora.
Dos pontos de arrecadação em São Paulo, bem como de outras cidades e estados, os mantimentos seguem direto para a base da Cruz Vermelha. Então, selecionam e organizam os insumos para distribuição.
O transporte está sendo feito principalmente pelo mar, através de barqueiros locais. ‘Somos uma grande rede interconectada” afirma Sofie Wolthers.
“Estamos vivenciando a força de uma comunidade para se reconstruir, porém as bases governamentais precisam estruturar planos de emergências comunitários em cada bairro e fortalecer linhas de financiamento também para o longo prazo, em parcerias com as ONGs locais, coletivos e lideranças. Nós somos comunidade e conhecemos necessidades reais e locais”, desabafa a voluntária Kalina Juzwiak.
Pontos de Coleta
Pessoas, empresas e comunidades que querem entregar doações na capital paulista podem deixar no ponto de coleta da Cruz Vermelha O endereço é Avenida Moreira Guimarães, número 699, bairro Indianópolis.
A recepção é horário comercial, em qualquer dia da semana. Entretanto, doações em grande quantidade necessitam de agendamento pelo número: 11 5056 8666.