Uma baleia jubarte jovem, de aproximadamente 10 metros, foi resgatada por biólogos do Instituto Argonauta, na manhã desta sexta-feira (5), no canal entre Ilhabela e São Sebastião. O animal estava emalhado em uma rede de pesca, o que poderia levá-la a morte, segundo a equipe.
“As baleias sofrem inúmeras ameaças, mesmo após a proibição de sua caça no Brasil, e dentre elas, as redes de são uma das que mais causam problemas, mesmo que incidentalmente. As chamadas redes de espera, que são deixadas pelos pescadores com
objetivo de capturar peixes, muitas vezes não são percebidas pelas baleias, que acabam se enroscando e muitas vezes morrendo ou se machucando por ficarem presas a este tipo de material resistente feito de nylon e fibras sintéticas”, divulgou o instituto.
Três pessoas da equipe se aproximaram da baleia com um bote e conseguiram cortar as linhas que a prendiam. Turistas que tentavam fazer o resgate por conta própria tiveram que ser afastados do local para realização do salvamento em segurança.
De acordo com o Instituto Argonauta, o desemalhe de uma baleia é uma atividade extremamente arriscada, que precisa ser feita seguindo protocolos específicos e regulamentados. “Uma das nossas maiores preocupações era com a segurança de turistas que estavam tentando fazer o procedimento de salvamento da baleia e que mesmo que com a melhor das intenções não deve ser feito por pessoas despreparadas, por colocar em risco a si mesmas, bem como o próprio animal”, explicou o coordenador Manuel da Cruz Albaladejo.
A ação também teve apoio do Projeto Baleia à Vista, Mar e Vida Ecotrip, Maremar e do Projeto Conservação da Toninha, que registraram imagens do trabalho de resgate.
A jubarte é uma animal de presença comum no Litoral Norte durante o outono e o inverno, quando migra rumo ao norte, em busca de águas mais quentes para reprodução. A espécie pode chegar a 10 toneladas na vida adulta.
Baleia resgatada é econtrada 8 anos depois
Uma baleia jubarte, resgatada no ano de 2000, de um encalhe na Praia do Bonete, em Ubatuba, foi reavistada em Abrolhos, na Bahia, com comportamento normal de reprodução oito anos depois.
Segundo oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo, “eese foi um dos momentos mais importantes e mais realizadores de todo trabalho que já executamos ao longo destes 25 anos em toda a região. Quando a gente consegue liberar um animal tão especial quanto uma baleia e descobre que ele vai poder continuar a sua trajetória de vida por mais tempo na natureza, eu chego a pensar que, pelo menos um pouco, nós estamos tentando e conseguindo reverter o grande impacto que a atividade humana causa a fauna marinha”.