Depois de ser impedido de extinguir o contrato da Ecobus, o prefeito Felipe Augusto ainda estuda medidas para o transporte público de São Sebastião. Uma intervenção, porém, já foi descartada. “É uma decisão muito ousada. Tem que arcar com os custos e assumir responsabilidade sobre os ônibus”, disse ele, em entrevista à Rádio Antena 8. O prefeito alega não dispor de equipe operacional nem recursos destinados para o serviço.
A possibilidade de a Prefeitura intervir temporariamente na operação do transporte está prevista no contrato. Nesse tipo de penalidade, a administração assume o controle dos funcionários, veículos, garagens e materiais necessários para a prestação do serviço. Foi o que ocorreu em Caraguatatuba, no mês passado.
Transporte sem licitação
Mas o plano de Felipe Augusto é substituir a Ecobus por meio de uma contratação emergencial. Ele diz que não consegue realizar uma licitação porque a empresa se nega a passar informações sobre itinerários, valores e passageiros.
O que o prefeito não conta é que, no ano passado, contratou uma empresa de consultoria em mobilidade urbana, para realizar um estudo na cidade, visando justamente uma nova licitação para o transporte. O serviço foi contratado por R$ 307 mil e incluiu uma minuta do edital da licitação. Agora, o prefeito diz que não tem informações suficientes para lançar o edital.
O nome da empresa que entraria no lugar da Ecobus ainda é segredo. “Não sei. Tem uma mãe Dináh que sabe”, respondeu o prefeito, na semana passada, quando restava apenas dois dias para o término do ‘aviso-prévio’ dado a Ecobus. “Sempre aparece a mãe Dináh da Costa Sul dizendo que sabe tudo. Tem é que cuidar do nariz dele porque já aprontou demais”, provocou Felipe. Ele se referiu ao vereador Wagner Teixeira, que levantou suspeitas sobre a escolha da nova empresa de transporte.
A contratação emergencial acabou sendo cancelada, depois que a Ecobus obteve uma liminar para permanecer operando os ônibus da cidade, ao menos até julgamento de ação judicial.