Entrou em vigor, na última semana, decreto que aumenta as taxas cobradas de quem promove excursões a São Sebastião. Os valores dobraram no estacionamento do Balneário dos Trabalhadores – único local permitido para veículos fretados que fazem o chamado “turismo de um dia”.
A vaga de ônibus subiu de R$ 1.600 para R$ 3.123; micro-ônibus de R$ 1.200 passou para R$ 2.338; e vans de R$ 600 para R$ 1.160. Além do pagamento da taxa, os responsáveis ainda precisam obter autorização da Secretaria de Turismo (Setur).
Já as excursões destinadas a eventos sociais, educativos, culturais, religiosos ou esportivos devem pagar uma taxa de “entrada no município”. Os valores também subiram: ônibus de R$ 500 para R$ 2.338; micro-ônibus de R$ 350 para R$ 678; e vans de R$ 200 para R$ 482.
Essa taxa, criada ilegalmente por decreto no ano passado, agora está prevista em lei aprovada pelos vereadores no início do mês.
De acordo com a lei, veículos fretados para turismo com hospedagem na cidade podem ser isentos da taxa, desde que o estabelecimento esteja com o IPTU em dia. A isenção não vale para hospedagem em casa de temporada. Em todos os casos é exigida autorização da Setur.
As taxas vão ficar ainda mais caras a partir de 1º de janeiro, quando está previsto novo reajuste de 2,5%.
O prefeito Felipe Augusto já havia anunciado os aumentos como medida para desestimular a vinda de turistas de um dia. “Trazem o que vão consumir, deixam o lixo, arrumam confusão na praia, deixam banheiro quebrado, sujo…”, acusou Felipe.
O reajuste, no entanto, atingiu também os veículos que entram na cidade com outras finalidades.
Excursões demoradas
No último domingo de sol, apenas um veículo de excursão estava no Balneário. Os 45 passageiros do ônibus saíram da cidade mineira de Delfinópolis às 19h30 do dia anterior. Atravessaram um rio numa balsa e percorreram 580 quilômetros para aproveitarem o dia na praia.
O motorista tomou um susto ao ser informado pela reportagem do aumento. “O povo vai deixar de vir”, comentou Leyderson Ribeiro. A excursão do grupo mineiro havia solicitado autorização antes do reajuste.
Ribeiro não concorda com a descrição feita pelo prefeito e diz que os passageiros também consomem nos quiosques e carrinhos ambulantes.