Após mais de cinco anos, as aves marinhas da espécie trinta-réis voltaram a se reproduzir no ilhote localizado entre a Praia Grande e o Julião, região sul de Ilhabela. Os animais se afastaram e deixaram de estabelecer colônias de nidificação devido ao desembarque de pessoas no local.
Segundo pesquisadores, as aves voltaram a se sentir a vontade no ilhote devido a redução da circulação de pessoas por conta da pandemia de coronavírus (Covid-19). Os biólogos registraram a presença do trinta-réis-de-bico-vermelho e esperam que outros dois tipos de ave que procriavam no local também apareçam: o trinta-réis-de-bando e o trinta-réis-real, este último ameaçado de extinção.
Fotos: Pedro Guia Ilhabela
O ilhote de pedras fica a cerca de 500 metros da praia, o que atrai a visita de curiosos. Porém, os pesquisadores lembram que o pisoteio e perturbações de colônias de aves marinhas é um crime previsto na Lei de Crimes Ambientais. O local é área de proteção integral do Parque Estadual de Ilhabela (PEIB) e só pode ser acessado para pesquisas, quando autorizadas.
“Embarcações, caiaques, sups, nadadores, mergulhadores e todos devem manter distância mínima de 20 metros do ilhote para evitar que as aves abandonem o berçário novamente”, explicou a bióloga Claudia Santana Ferreira.
Conscientização e proteção
Nesta terça-feira (7), equipes do Clube de Observadores de Aves de Ilhabela (COA), Mar e Vida Eco Trip, Associação de Guias de Ilhabela, PEIB e empresas que alugam caiaques e sups na Praia Grande e Julião (Edna, Vitor, Gil e Denis) se reuniram para uma ação de proteção do ilhote e conscientização. Simpatizantes da causa também se juntaram ao grupo voluntário.
Os profissionais conversaram com a comunidade local sobre o ninhal, as normas ambientais e a distância de afastamento para não perturbar a colônia e implantou boias de sinalização ao redor do ilhote para indicar aos turistas até onde podem ir. Placas informativas também foram inseridas no ilhote, Praia Grande e Praia do Julião.
Fotos: Mar e Vida Eco Trip
“As espécies migram do hemisfério sul no inverno, em busca de áreas mais quentes para reprodução. Os animais vem de longe só para procriar em nossa região e é muito importante contar com a colaboração de todos para preservar o espaço deles”, reforça Claudia.