Oftalmologista alerta sobre risco de cegueira com uso da cloroquina

O canal de comunicação do jornal Nova Imprensa recebeu diversas mensagens com dúvidas sobre a administração do remédio cloroquina, após recentes pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro sobre a eficáia da droga contra o novo coronavírus (Covid-19). Porém, especialistas alertam que o uso do medicamento sem acompanhamento médico pode causar danos à saúde, como a cegueira.

O médico oftalmologista Marcelo Tannous, pós graduado pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em cirurgia de catarata esclarece que a substância depositada na retina pode causar cegueira. “Não tem relação com diabetes, ou genética, mas a toxicidade da droga, dose e tempo de uso podem pode causar a doença na retina”.

Dependendo do caso os danos podem ser permanentes se não observados no começo do quadro. O médico enfatiza a importância do acompanhamento no uso da cloroquina e explica ue não é contra a aplicação do remédio contra o novo vírus mas teme pela má administração das doses.

“Não estamos contra o medicamento só é preciso ter cautela. É conversado com a equipe que prescreveu sobre possibilidade de suspender o remédio e por isso a importância de só fazer uso quando prescrito por médico, só assim torna-se uma droga segura”.

A cloroquina e a hidroxicloroquina são medicações bem conhecidas na área da reumatologia, normalmente tratam pacientes com lúpus e artrite reumatoide entre outras doenças autoimunes (quando o organismo faz uma reação contra o próprio organismo) e quando indicado também é solicitado por maior segurança do paciente exame de fundo de olho, para avaliar se existe depósito na retina, por isso é feito um acompanhamento em conjunto.

Cuidados com eletrônicos na quarentena

Durante o período de isolamento social para combate da pandemia do Covid-19, a tendência é que as pessoas fiquem mais tempo utilizando eletrônicos para preencher as horas ociosas. E os olhos, como ficam?

Marcelo Tannous explica que é normal o uso excessivo de telas como celulares, notebook, tablets e livros eletrônicos e “essa prática pode trazer sintomas visuais tais como ardência, irritação, sensação de corpo estranho e olho seco”.

“Além de uma lágrima artificial que pode ser usada, é importante dar intervalos de 5 minutos no uso das telas a cada 40. mas o mais importante é não se automedicar. A indicação da cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus não evita a infecção”, esclarece.

O profissional lembra ainda dos cuidados de higiene necessáris com os olhos. “Os olhos, além da boca e do nariz, pode ser outra porta de entrada para o vírus”.

O médico tem postado dicas diárias em seu Instagram: @drmarcelotannous.

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