Pela primeira vez, no Porto de São Sebastião, será realizada operação de resgate de um navio, de um grande grupo de navegação chinesa, por escolha estratégica da empresa que enviou um navio submersível para resgatar outra embarcação de grande porte, avariada na casa de máquinas, e que não tem mais propulsão (impulso). Esse navio avariado está vindo para São Sebastião do Porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul (RS) e será rebocado por três rebocadores.
O navio de resgate irá submergir 27 metros, em determinado ponto do canal que possui 34 metros de profundidade. Na costa mundial, poucos são os locais onde se pode executar este tipo de resgate que só ocorre em águas profundas e em áreas abrigadas e protegidas, como o Canal de São Sebastião.
“Para se ter uma dimensão da escolha do Canal de São Sebastião para a realização dessa completa operação, a profundidade necessária para a realização dessa manobra é de pelo menos 30 metros, o local escolhido no nosso canal pra essa operação é de 34 metros. É uma operação impar no mundo do shipping e da atividade portuária”, disse Felipe Santana, diretor de Assuntos Portuários da Prefeitura de São Sebastião.
Ainda conforme ele, o navio submersível Xin Guang Hua terá que submergir à 26.8 metros para início da operação. “Portanto, se virem um navio no meio do Canal, entre os dias 20 e 21, ‘afundando’ não se espantem. Ele está apenas submergindo para início da operação de resgate do Chipol Thaihu e toda essa operação estará sendo feita sob a supervisão de uma equipe extremamente preparada tecnicamente e com a Marinha do Brasil dando total suporte ao trabalho, além da participação da equipe das Docas de São Sebastião”.
OPERAÇÃO
A ação terá início na altura da Praia do Arrastão onde o navio submersível irá iniciar sua operação de resgate às 5h desta quarta-feira (20), com processo de lastreamento ao atingir a profundidade de 26 + 80 metros. Nesse momento, será feita a manobra de carregamento do navio avariado para cima do deck do submersível, por volta das 8h (empurrado pelos rebocadores e puxado por cabos). Após essa manobra o submersível iniciará seu retorno a ponto de navegação, o que deve ocorrer, às 13h.
Depois começam os procedimentos de peação (fixação da carga nos porões, ou conveses da embarcação, visando evitar sua avaria pelo balanço do mar) e arrumação da carga para que possa navegar em direção à China, com maior segurança.
Serão três dias de procedimentos, por equipe especializada contratada para esse fim. É a segunda vez que esse tipo de operação ocorre nas águas de São Sebastião, mas é a primeira vez que acontece para o resgate de um navio.
Segundo Felipe Santana, um navio submersível esteve no município em 2014, com o Projeto Off-Shore BCR-3, apelidado como ‘Projeto Boião’. “Eram equipamentos de apoio à prospecção de petróleo da bacia de Santos, na região da Ilhabela. O equipamento foi atracado, recebido e equipado no Porto de São Sebastião, num total de quatro dias de operações”, disse.
Ainda segundo ele, a Prefeitura participou da reunião de ajustes técnicos e recebeu o convite da Diretoria de Portos para acompanhar a operação.
“O Porto de São Sebastião é um porto de águas profundas e isso fortalece a imagem da cidade, por suas qualidades naturais, além disso, é considerado o terceiro melhor do mundo nessas condições. A importância desta operação de resgate para o município se dá pela visibilidade da operação no mundo da navegação”, finalizou Felipe Santana.