A pedido do promotor de Justiça Renato Queiroz de Lima, a Justiça decretou no dia 21 de outubro a prisão preventiva e a quebra do sigilo bancário de quatro pessoas denunciadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por formação de organização criminosa para a prática de estelionato em Caraguatatuba.
Dos quatro acusados, Ana Lúcia dos Santos Martins, Nickson Pereira dos Santos, Luiz Daniel Canuto e Thaís Estefanie Ferreira, dois deles (Ana Lúcia e Santos) foram presos na quinta-feira (14/11), quando foram cumpridos os mandados de prisão durante a Operação Call Cell, em conjunto com a Polícia Militar.
A denúncia contra os estelionatários foi apresentada pelo promotor no dia 17 de setembro. Foram denunciados Canuto, Thais, Ana Lúcia e Santos. De acordo com a denúncia, no dia 23 de junho de 2015, uma das vítimas da organização criminosa recebeu uma ligação em seu aparelho fixo de uma pessoa dizendo chamar-se Vinícius, seu sobrinho.
Nesta ligação, foi passado para a vítima a informação de que seu sobrinho tinha se envolvido em um acidente de trânsito e precisava naquele momento de R$ 17.935, porque seu veículo não tinha seguro. Preocupada, a vítima, de boa-fé, realizou o depósito da quantia na conta bancária que lhe foi repassada na ligação telefônica.
Passado algum tempo, a vítima recebeu outra ligação, novamente de uma pessoa se apresentando como seu sobrinho, que lhe pediu para que fosse depositada na mesma conta bancária o valor de R$ 22.035, que seria para pagar o guincho dos veículos envolvidos no suposto acidente, o que foi feito.
Ainda naquele mesmo dia, a vítima recebeu outra ligação de uma pessoa se fazendo passar por seu sobrinho, agradecendo pelos depósitos, confirmando que tudo havia dado certo. À noite, ao chegar em casa, a vítima encontrou com seu sobrinho, que, ao ser indagado sobre o acidente, respondeu que nada havia ocorrido com ele.
A vítima, assim, se deu conta de que tinha sido enganado e que os depósitos se tratavam de um golpe. Realizado o boletim de ocorrência e identificada a conta destino dos depósitos, verificou-se tratar-se de agência do Banco Itaú localizada em Caraguatatuba.
Iniciadas as investigações, chegou-se às pessoas dos acusados. Ficou certo que Canuto e Thaís, que são casados, são os responsáveis pelo recrutamento de voluntários para o empréstimo de contas bancárias para a realização dos golpes.
De posse dos dados das contas bancárias das pessoas voluntárias, os acusados repassam tais informações para “Gaguinho” e “Alemão”, ainda não identificados. Os dois homens são responsáveis pelas ligações às vítimas, induzindo-as em erro, levando-as a realizar depósitos de quantias nas contas das pessoas voluntárias para posterior divisão dos valores pela associação criminosa.
Os acusados Ana Lúcia e Santos, que são casados, participam ativamente da associação criminosa, também recrutando pessoas para fornecerem suas contas bancárias para a prática dos golpes, ora cedendo suas próprias contas bancarias para os depósitos feitos em benefício da quadrilha. Ana Lúcia é prima da acusada Thaís. Todos têm passagens por crimes de estelionato.
As investigações apontaram que a quadrilha praticou diversos golpes por todo o país, sempre da mesma maneira, enganando inúmeras pessoas e obtendo um astronômico valor de quantias em dinheiro de forma indevida.