Após o registro de quatro casos suspeitos de sarampo em Ilhabela, a prefeitura da cidade, por meio da Secretaria de Saúde, está promovendo ações de bloqueio vacinal para evitar a proliferação da doença.
“Todos os pacientes passam bem e aguardam resultados de exame para confirmação ou descarte do caso. Lembramos que a melhor forma de prevenção é a vacinação e quem ainda não se vacinou ou está em dúvida sobre a imunização, deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima”, diz o secretário de Saúde, Alberto Orro.
Em casos suspeitos da doença é recomendado que se realize um bloqueio vacinal, ou seja, todas as pessoas que entraram em contato com o suspeito deverão receber uma dose da vacina. É esse o procedimento que a equipe da Secretaria de Saúde está realizando quando necessário.
Caso
Uma menina de 2 anos é uma das vítimas com suspeita de sarampo em Ilhabela. O caso aconteceu na escola Nilce Signorine, no bairro Portinho, onde as crianças e profissionais receberam doses extras da vacina para bloquear o vírus no dia 18 de julho. Os exames da paciente foram enviados para confirmação em laboratório.
Bloqueio
O bloqueio vacinal integra o protocolo de atendimento em casos de suspeita de sarampo, mas segundo especialistas não deve ser feito indiscriminadamente, apenas nas pessoas que não estão com sua vacinação em dia ou que não tenham carteirinha para comprovar.
A doença era considerada erradicada no Brasil desde 2016, mas segundo o Ministério da Saúde, o País volta a enfrentar surtos de sarampo em alguns estados como Amazonas, Roraima e São Paulo. A secretaria estadual de Saúde confirmou 384 casos de sarampo de janeiro a 15 de julho deste ano.
A Secretaria de Saúde de Ilhabela está seguindo os protocolos de bloqueio informados pelo Ministério da Saúde. A vacinação contra o sarampo é realizada nas pessoas que tiveram contato próximo com o paciente a partir da suspeita da doença.
“A equipe da Vigilância Epidemiológica está acompanhando todos os casos. Na hipótese de algum deles se confirmar, o bloqueio será expandido para além do local onde o contaminado reside, estuda ou trabalha”, explica a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Simone Fox.
O Ministério da Saúde estabelece que as crianças devem receber duas doses da vacina ao completar um ano e novamente com 15 meses (um ano e três meses). Quem não se imunizou quando criança, até os 29 anos, deve receber duas doses da tríplice ou tetra viral. Dos 30 aos 49 anos é recomendada uma dose única da tríplice ou tetra viral.
A recomendação é de que crianças abaixo de seis meses de idade, gestantes e pessoas acima de 60 anos não sejam vacinadas. Pacientes com imunodepressão (como câncer e HIV) devem ter liberação médica.
A doença
O sarampo é uma doença viral, infecciosa e transmissível, de notificação compulsória que o país tem como compromisso internacional de erradicar e eliminar. A transmissão pode ocorrer de forma direta, por meio de tosse, espirro, falar ou respirar e pode ser evitada por meio da vacinação. O vírus provoca manchas vermelhas no corpo, febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e pontos brancos na mucosa bucal.
Em caso de complicações graves, a doença pode causar cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.