População protesta contra falta de segurança no transporte público

A falta de segurança no transporte público de São Sebastião foi alvo de protesto na Câmara Municipal, na noite desta terça-feira (5). Os moradores reclamam dos serviços prestados pela Ecobus, empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade há mais de 10 anos. O movimento começou em uma página na rede social, onde uma publicação conta com mais de 300 comentários denunciam sucateamento de veículos, atrasos nos percursos, descumprimento de horários, falta de treinamento e má conduta dos motoristas, além da insuficiência na frota e falta de segurança.
 
A Ecobus também enfrenta ações na esfera judicial. Uma ação civil pública foi aberta em 2018 por parte do Ministério Público e cobra melhorias no atendimento ou a revisão do contrato. O MP aponta ainda omissão por parte da Prefeitura na fiscalização dos serviços e pede que a administração realize inspeções mensais em todos os veículos, aplicando as penalidades previstas no contrato, quando necessário.
 
O manifesto popular teve apoio da Câmara por meio do requerimento protocolado pelo vereador Diogo Nascimento (Patriotas), aprovado por unanimidade e que cobra respostas por parte da companhia. O autor do documento disse que é apenas o começo e que irá vistoriar as instalações da empresa para poder tomar as providências necessárias. Já o presidente da Câmara, Edvaldo Pereira (PSB), o Teimoso, afirmou que se a Ecobus não tem condições de oferecer serviços de qualidade, deve “pedir para sair”.
 
O passageiro Henrique Cardim, 37 anos, protestou de forma inusitada. Ele chegou enfaixado ao plenário, remetendo às vítimas de acidentes de trânsito e com placas pedindo atenção dos vereadores. O usuário contou que está assustado com os serviços. Ele afirma que um dos motoristas não parou no ponto que solicitou e ainda o xingou. “Dei o sinal e quando vi que o ônibus passou reto dei um grito para descer, mas o motorista disse que o ponto que paro há anos não existe e ainda me mandou ir a pé, depois de um palavrão. Tive que voltar andando pela rodovia que nem tem acostamento direito”, desabafa.
 
Em 2017, o vereador professor Gleivison Gaspar (MDB) reuniu um abaixo-assinado com mais de 4 mil assinaturas de usuários reclamando do serviço de transporte. O material teria gerado o processo judicial, porém o parlamentar teme que a situação piore em caso de mudança de contrato. “Se o prefeito Felipe Augusto estivesse compadecido com a situação do povo não estaria falando em wi-fi nos coletivos, sendo que há problemas mais graves. Há empresas de ônibus na família dele e espero que não façam uso político desta situação”.
 
Já Diogo diz que mais importante do que trocar a empresa é provocar mudanças na prestação de serviços. “Meu respeito a todos os colaboradores. Precisamos de mudanças na atitude e na qualidade. Se necessário, que se faça um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta)”.
 
Em junho de 2018 a Ecobus entregou 18 ônibus seminovos para atendimento aos usuários. Os coletivos são modelos que variam entre os anos 2011 e 2015. Na ocasião, o proprietário da empresa, Luiz Fernando Geniolli, disse que desta forma, estaria dando um salto de quase 10 anos na frota, que até o momento era formada por veículos de 2002. Os novos ônibus possuem câmeras de segurança e equipamentos como GPS e Internet.
 
O jornal Nova Imprensa entrou em contato com a Ecobus, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.  Aguardamos resposta da empresa para atualizar os leitores.

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