O grande problema do Ano Novo são as contas novas. E o pior é que não são tão novas assim, pois todo inicio de ano se fazem presentes. É o IPVA, o material escolar, as dívidas dos presentes de Natal, os gastos com Réveillon, os gastos extras das férias das crianças e da folga do final de ano, gastos domésticos acima do normal por conta dos feriados, e por aí vai.
Junto com as contas vem a questão: como pagar tudo isso? Então ao grande problema se apresenta o grande erro: só se preocupar depois.
A solução é simples: deve-se provisionar ao longo do ano, especialmente com o 13º. No entanto, a dificuldade é fazer disso um hábito.
Provisionar é fazer uma reserva. Neste caso separar, mensalmente, uma importância direcionada ao pagamento dos gastos extras do inicio de ano. Pode-se simplesmente depositar em uma caderneta de poupança e sacar quando as contas aparecerem.
Isto parece pouco prático, pois já entramos no início de fevereiro e as contas já estão aí. Só que outros janeiros virão, o de 2020 por exemplo, e não dá para ficar esperando as contas chegarem para tomar decisão.
A receita é simples, são só cinco passos. Primeiro, verifique o valor dos gastos de inicio do ano, aqueles que só aparecem a partir de 1º de janeiro. Depois divide-se por dez, o resultado é o que deve ser poupando de março a dezembro. Acrescente de 10 a 15% do valor como margem de segurança, afinal tem inflação, correção de preços, gastos não previstos e outros. Deposite mensalmente, em uma mesma data, em uma caderneta de poupança ou outra aplicação. Acresça uma parcela do 13º. Depois é usar com sabedoria.
Onde está o risco? Na falta de persistência, pois se não houver continuidade na execução: ano novo, contas velhas. Então comece pensar nas contas do próximo ano, agora.
Em tempo, aqui tratamos somente dos gastos extras do inicio do ano, mas existem os gastos correntes de todos os meses. Aí é outra conversa.
Por Ricardo Maroni Neto
Economista, Professor do IFSP.
Autor do Manual de Gestão de Finanças Pessoais