Ilhabela cria Força Tarefa contra esgoto clandestino nas praias

A Prefeitura de Ilhabela montou uma “força tarefa” para combater qualquer tipo de lançamento clandestino de fossa e esgoto que possam chegar ao mar, rios e cachoeiras. A iniciativa ocorre após o arquipélago passar quase que todo o mês de janeiro com praticamente todas as suas praias poluídas. Relatório divulgado esta semana pela Cetesb aponta que as 19 praias monitoradas estão impróprias para banho.

A comissão é formada por representantes das polícias Ambiental e Militar, secretarias de Meio Ambiente, Planejamento Urbano, Obras e Habitação, Gabinete, Administração, Defesa Civil e Fiscalização. Os casos de lançamentos clandestinos serão notificados às autoridades estaduais como Ministério Público e Cetesb.

A comissão vai fiscalizar, monitorar e tomar medidas legais para coibir lançamentos clandestinos de esgotos, principalmente em localidades onde não exista ainda sistema público de coleta e tratamento, onde o tratamento e disposição dos esgotos de acordo com a lei são de responsabilidade dos proprietários de imóveis residenciais e comerciais.

Chuvas

Nesta quinta-feira (31), após a divulgação do relatório da Cetesb que indica as praias impróprias, a Prefeitura de Ilhabela atribuiu as bandeiras vermelhas à chuva da última sexta-feira (25).

Nesse dia, foi registrado um acumulado superior a 100 mm de chuva, que lavou as ruas da cidade e levou a água suja para o mar.

A coleta de amostras pela Cetesb ocorreu na manhã do dia seguinte (26) e, segundo a administração municipal, teria sido essa coleta que deu o pior resultado e que culminou com as bandeiras vermelhas.

“De acordo com o órgão estadual, os temporais levaram para a praia as águas poluídas com dejetos gerados pelo esgoto não coletado”, informou nota da prefeitura.

“É mais do que evidente que ocorreu o fenômeno da poluição difusa, provocada, inclusive, pelo transbordamento de fossas mal cuidadas, entre outros”, completou a administração.

Esta não foi a primeira vez que todas as praias monitoradas do arquipélago ficaram poluídas. Já houve situações semelhantes nos verões de 2016/2017 e 2018. A Cetesb associa a piora da balneabilidade às chuvas intensas de novembro ao final de janeiro.

No geral, uma praia recebe a bandeira vermelha quando a coleta apresenta índice de coliformes termotolerantes (antigamente denominados Coliformes fecais), E. coli e enterococos por cinco semanas consecutivas.

Empenho

O prefeito Márcio Tenório reafirmou o empenho de recuperar o tempo perdido pela falta de grandes investimentos em saneamento há 20 anos. “Nunca se investiu tanto, como na atual gestão. São mais de R$ 160 milhões nessa área”.

Segundo a prefeitura, ações a médio e longo prazos estão em andamento, como projetos de regularização fundiária e implantação de redes de coleta, elevatórias e cinco estações de tratamento de esgoto.

“Em apenas dois anos, estão sendo realizadas obras de sete quilômetros de rede de esgoto e de água, na região Sul, da Ilha da Cabras ao bairro Portinho, mais de R$ 7 milhões de investimentos; já está em licitação mais 23 quilômetros de rede esgoto do Julião ao bairro Veloso, investimento de R$ 26 milhões; e também projetos que receberam recentemente o licenciamento ambiental – as estações de tratamento de esgoto nos bairros Feiticeira, Praia Grande, Santa Terezinha, Costa Bela, Reino, Buraco Fundo e Armação, que representam grandes avanços na universalização do saneamento”.

A atual gestão também está investindo em dois grandes reservatórios de água, que serão ampliados (Green Park, de 50 mil litros para 1 milhão de litros; e do sistema Pombo, no bairro Bexiga, de 150 mil litros para 1 milhão de litros).

Além disso, a Prefeitura ainda aguarda a entrega dos projetos executivos da Sabesp para troca de toda a rede adutora de água, mais de 45 quilômetros, que vai atender toda a extensão da Praia da Pacuíba ao bairro Borrifos, conhecido como sistema Norte-Sul.

Tenório lembrou que apresentou à Sabesp a proposta de reduzir o prazo da universalização do saneamento no arquipélago de 30 para seis anos e tem um compromisso assumido pelo atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, secretaria estadual, Sabesp e Cetesb para agilizar todos os projetos e investimentos voltados a esse objetivo.

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