O servidor municipal Robson de Souza, o Kero-Kero, se entregou na Delegacia de Polícia de São Sebastião na madrugada desta quarta-feira (7). Ele era procurado após a justiça ter decretado sua prisão, horas antes, pela morte do arquiteto e ex-policial Wesley Augusto Santana, 39 anos, conhecido por Lelo, há um mês.
Agora, ele ficará em uma cela na Delegacia de Caraguatatuba até que a Polícia Civil conclua as investigações. O delegado titular do 1º DP de São Sebastião, Vanderlei Pagliarini, responsável pelo caso, explicou que o pedido de prisão foi necessário “porque ele estaria, deliberadamente, embaraçando as investigações, ocultando provas e tentando influenciar testemunhas”.
De acordo com a Polícia, a hipótese mais provável é que a motivação do crime tenha sido passional, mas não se descarta envolvimento com dinheiro. Kero-Kero negou o crime inicialmente e agora prefere não declarar nada.
Segundo Pagliarini, o acusado apagou todos os arquivos do WhatsApp no dia do crime, inclusive com a reinstalação do aplicativo. O aparelho foi encaminhado para peritos da Polícia Federal que recuperaram as conversas que comprovariam envolvimento no caso.
Ainda conforme o delegado, as suspeitas sobre o servidor público decorrem de uma série de fatores, como imagens de câmeras do Centro de Operações Integradas (COI) e das imediações do crime, no bairro Varadouro, região central de São Sebastião. As imagens mostram o carro do indiciado nas proximidades da casa da vítima por volta das 22h20 da noite anterior ao crime e saindo às 2h35, deixando o local na contramão.
Também chama a atenção que a cachorra da vítima, embora doente, não deixava nenhum estranho chegar na casa, e nesta data, ela teria se comportado normalmente, não dando sinal de alerta, pois já conhecia o acusado.
No dia do crime, os celulares de Lelo e de sua esposa foram levados pelo assassino, assim como a arma da vítima que por ser ex-policial tinha direito ao porte. “Já encaminhei pedido de quebra do sigilo de dez linhas telefônicas para dar continuidade no processo e aguardamos a entrega pelas empresas de telefonia”.
A vítima estaria dormindo no andar de baixo da casa quando foi atacada com requintes de crueldade, sendo esganada e levando pancadas na cabeça. A esposa se encontrava no andar superior durante o crime.