O concerto de abertura do Festival Vermelhos 2018, Bernstein 100 – Jazz Sinfônica e São Paulo Cia. de Dança, se harmonizou com o objetivo do Instituto que o realiza. Leonardo Bernstein sem dúvida mereceu a sua enorme popularidade graças ao seu trabalho bem sucedido de popularizar a música erudita. E é isso que vem fazendo com êxito o Baía dos Vermelhos a despeito de ter construído suas instalações ao ar livre no meio do mato dentro de uma Ilha repleta de borrachudos e distante quase quatro horas de São Paulo e muitas horas mais do Rio de Janeiro. Criatividade, talento, conhecimento, teimosia, todos juntos forneceram a necessária energia para fundar o alicerce de uma história que vem honrando Ilhabela como uma cidade vocacionada para a difusão da música erudita.
A gente não precisa ter visto na Broadway os espetáculos com música de Bernstein para cantarolar algumas delas, de tão queridas se tornaram, especialmente as de West Side Story e de On the Tow que tiveram versões no cinema com o título aqui de Amor, sublime amor e um dia em Nova York. Os dois estão na internet e vale a pena vê-los. O primeiro pela atualidade de ter como pano de fundo a xenofobia que ganhou força com a política obtusa de construir muros ao invés de pontes adotada por Trump. E o segundo, é pura diversão com o trio formado por Gene Kelly, Frank Sinatra e Jules Munshin cantando e dançando pela metrópole americana na longínqua década de 50.
As fotos da coluna buscam dar uma pálida ideia do que foi esse concerto de abertura. Mas só quem estava lá no Teatro Vermelhos neste chuvoso e friorento sábado à noite, dia 4 de agosto, sentiu na pele o arrepio não de frio, mas do eletrizante prazer causado pela sonoridade envolvente da Jazz Sinfônica em simbiose com a coreografia vibrante da São Paulo Cia de Dança.