Com 180 anos de tradição, Festa de Santa Verônica começa hoje no Bonete

Evento atrai dezenas de turistas e devotos todos os anos

Evento acontece na praia neste fim de semana (Foto: Paróquia NSA)


Por Daniela Malara Rossi

A comunidade tradicional caiçara da Praia do Bonete, no extremo sul de Ilhabela, celebra mais uma edição da tradicional Festa de Santa Verônica, nesta sexta e sábado (13 e 14). O evento é registrado no local há pelo menos 180 anos.

Inicialmente marcado para acontecer nos dias 6 e 7 de julho, a celebração festiva foi transferida por conta do mau tempo. A parte religiosa aconteceu do dia 1º até o dia 8 de julho. A novena teve o tradicional levantamento do mastro, colorido artesanalmente pelos fiéis, além da missa, ainda proferida em latim.

Neste fim de semana, acontecem os shows da cantora Paulinha Herus (20h) na praia, bingo com premiações, barracas de alimentação, queima de fogos e o tradicional leilão na porta da igreja de Santa Verônica, com ofertas de vinhos, bolos e o clássico frango assado, arrematados pelos que derem o maior lance.


Padroeira

Santa Verônica é considerada a padroeira da comunidade do Bonete e é conhecida na história bíblica por ter enxugado o rosto de Cristo no calvário. A santa foi curada de uma hemorragia e passou a seguir Jesus até sua crucificação. Hoje, a padroeira é objeto de fé dos nativos e homenageada anualmente, sempre no mês de julho. Além disso, continua atraindo devotos e curiosos ao paraíso remoto do Bonete.

Com o passar dos anos, a festa de Santa Verônica tem perdido adeptos dentro da comunidade devido a propagação de igreja evangélica, cuja doutrina proíbe a celebração aos santos. Porém, historiadores ressaltam o contorno cultural que o evento tem ganhado a cada ano, já que atravessa gerações e guarda tanto a história, quanto os costumes mais antigos do local.

Em 2016 os nove dias de festa atraíram mais de 400 visitantes, dobrando a quantidade de pessoas dentro da comunidade, já que o número de moradores também beira os 400.

O pescador e organizador da festa, Seu Hélio de Souza, 67 anos, conta que antigamente a missa era seguida de uma festa cheia de música popular, tocada na viola e violão pelos caiçaras, como seu avô. Ele diz que já perdeu as contas de quantos anos participa da celebração e que luta para manter a tradição e passá-la aos seus filhos e netos.

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