População ocupa balsa após ser impedida de embarcar com prefeito

Um grupo de aproximadamente 50 pessoas que aguardavam embarque para fazer a travessia entre Ilhabela e São Sebastião, na última sexta-feira (6/4), ocupou uma balsa que estaria restrita para uso de pedestres. A embarcação FB-29 ia partindo do arquipélago com um pequeno grupo de pessoas e o veículo oficial do prefeito Marcio Tenório, quando a população resolveu embarcar.

Na entrada da balsa, alguns pedestres acusaram o prefeito de utilizar de privilégios enquanto idosos e crianças aguardavam para fazer a travessia. Tenório negou qualquer tratamento diferenciado e afirmou que a iniciativa de impedir a entrada das pessoas foi dos funcionários da Dersa.

Um vídeo que circula na Internet mostra o momento do desentendimento e as imagens teriam sido usadas para acusar a administração de contratar serviços de “balsa vip”, mas a prefeitura nega qualquer atidude neste sentido.

De acordo com a administração, no próprio local o prefeito cobrou à direção da Dersa a solução do problema e normalização da travessia em função do prejuízo às pessoas que aguardavam o embarque. Nas redes sociais, Tenório reclamou do desrespeito da Dersa com a população e se posicionou ainda a favor do protesto dos funcionários que estavam organizando uma paralisação nos serviços por conta de atraso no pagamento.

Segundo o comandante da delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião, Capitão Wagner Goulart de Souza, todas as balsas estão cumprindo um cronograma de manutenção elaborado pela Dersa e a FB-29 estaria restrita por questões de segurança após avaliação técnica baseada nas Normas da Autoridade Marítima (Normam).

Após o caso, o comandante prometeu reavaliar as condições da balsa nesta segunda-feira (9/4) para que ela volte a transportar passageiros.

“Já pedi ao Gerente Operacional da Travessia para que uma equipe de vistoria minha vá a bordo da balsa envolvida no problema a fim de verificarmos a situação. Obviamente, não me furto a ressaltar que esta autorização será pautada, principalmente, nas condições de segurança para o passageiro. A Marinha sempre caminhará junto com os órgãos públicos buscando o melhor serviço à sociedade, sempre pautado na segurança de quem o utiliza”, afirmou Goulart.

Outro caso

Em dezembro de 2017 outro caso parecido foi registrado através de um Boletim de Ocorrência, na delegacia de polícia de Ilhabela. Na ocasião, o funcionário público Francisco Michelino, de 36 anos, afirma que estava saindo do saguão de embarque quando viu que uma das balsas que estava partindo já estava cheia de pedestres e se direcionou a outra, a FB-29, de onde foi expulso.

No B.O. ele conta que um dos funcionários da Dersa pediu que ele se retirasse, pois o embarque de pedestres nao seria permitido naquela balsa. Ele se recusou a sair e os funcionaram acionaram a Polícia Militar. O jovem conta ainda que foi retirado de forma truculenta pela polícia e que não encontrou nenhuma regra legal que permita o bloqueio total de passageiros em qualquer balsa.

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