O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), usou as redes sociais, na tarde desta terça-feira (20/2) para anunciar a exoneração de Gilson Mendes e João Alarcon, secretário e adjunto, respectivamente, da Secretaria de Obras.
O motivo não foi falado, mas os dois respondem na justiça por suspeita de fraude na construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Perequê-Mirim junto com o ex-prefeito Antonio Carlos da Silva e da empresa Volpp Construtora e Transportes LTDA. A decisão do juiz João Mário Estevam da Silva saiu no dia 8 de janeiro. Todos recorreram.
No lugar de Mendes assume Luis Eduardo Araújo, já responsável pela Secretaria Municipal de Urbanismo. Em poucas palavras Felipe Augusto escreveu “Gilson Mendes e João Alarcon exonerados… Luis Eduardo assume a secretaria de obras…”
Desde o início da sua gestão, sete secretarias já tiveram alterações, sendo elas, Saúde, Educação, Fazenda, Administração, Governo, Cultura e Turismo e Meio Ambiente. Em outras pastas houve remanejamento de secretários, como Administração, de onde saiu Luz Marina Podds para entrada de Daniel Augusto e agora tem à frente Silvio Tavares de Andrade. Luz Marina foi para o Governo no lugar de Luis Carlos de Carvalho.
A Saúde começou com a médica Mirella Gomes, passou por Henrique Simões, hoje integrante do Governo, e atualmente está nas mãos do dentista Carlos Roberto Pinto, o Carlinhos.
A Secretaria de Cultura e Turismo iniciou o governo com o hoteleiro Edson Pavão, presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), mas no ano passado foi substituído por Adriana Augusto Balbo, a Tutu Balbo, irmã do prefeito e que acumula também a presidência da Fundação Educacional e Cultural de São Sebastião Deodato Sant’Anna.
No caso de Gilson Mendes, ele trabalhou praticamente durante todas as quatros gestão do ex-prefeito Antonio Carlos da Silva, como Secretario de Obras de Caraguatatuba e após perder as eleições de 2016 para Aguilar Junior, por 37 votos, foi convidado a compor a equipe de Felipe Augusto.
Questionado sobre o motivo da exoneração, por meio de sua assessoria, até o momento o prefeito não se manifestou.
Justiça
Todos os envolvidos no caso da UPA Perequê-Mirim foram condenados pela Justiça a ressarcimento de quase R$ 500 mil dos envolvidos ao erário e multa civil de quase R$ 2,7 milhões.
Na ação apresentada pela prefeitura há a identificação do pagamento da cobertura com telha em aço perfillor de 1.540 m², enquanto teriam sido executados 870 m².
O processo aponta, ainda que não foram contemplados no projeto da UPA Perequê-Mirim instalações de condicionadores de ar e, principalmente, de oxigênio.
“O ex-prefeito Antonio Carlos da Silva conferia os documentos e assinava os aditamentos contratuais e os pagamentos realizados, além de como pé notório, efetuar pessoalmente a fiscalização das obras em andamento”, relata o juiz em seu despacho.