Defesa Civil cria Plano de Prevenção contra ocorrências desta natureza
Ressaca ocorrida no litoral (Arquivo) |
Por Mara Cirino e Acácio Gomes
A Defesa Civl do Estado de São Paulo desmentiu na tarde desta quarta-feira (14/12) a informação de possível ressaca no Litora Norte de proporções semelhantes a um tsumani. Desde cedo há uma movimentação, em especial nas redes sociais (facebook) e em grupos de watsapp (serviços de mensagem), após informanção do comandante da Defesa Civil de Caraguá, Oduvaldo Romano, de que haveria este fenômeno já para este verão.
Em entrevista à Radio Caraguá FM e em seguida confirmada ao site Nova Imprensa, Romano disse ter recebido ofício da Casa Militar alertando para a formação de ressaca para o período, sem especificar o dia e a intensidade.
“A informação é que podem ocorrer ressacas mais fortes, um pequeno tsunami, e que seria avisado quando chegasse mais próximo do evento”, disse. Diante da situação especificada, a orientação era para em caso de possíveis mudanças na praia, maré alta a população deveria procurar lugares altos e mais seguros para ficar.
Ele ainda lembrou da catástrofe de 1967 que acabou com Caraguatatuba e dos riscos de uma nova. “Na literatura, há informação de que uma tragédia ocorre a cada 50 anos”, comparou.
Diante dessa situação, ele apontou que a orientação era para a formação de um Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) específico para ressaca.
Em Caraguá, a Região Norte é a mais afetada sempre que há registro de ressacas, com destaque para a Praia da Massaguaçu. A Defesa Civil também cita as praias da Tabatinga, Capricórnio, Cocanha e Mococa porque estão voltadas para o mar aberto.
Alarde falso
Entretanto, na tarde de hoje, o comandante da Defesa Civil do Estado, capitão Marcelo Vieira dos Santos, disse que houve um erro de interpretação à Resolução CMIL 17-610 que trata da criação do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) da Ressaca.
Segundo ele, durante o acompanhamento dos eventos de ressacas registrados ao longo do ano, com destaque para Santos, a Defesa Civil do Estado desenvolveu para o Litoral Paulista um PPDC específico para a prevenção no caso desse tipo de ocorrência.
Assim, os órgãos municipais criariam estrututras para atuarem no caso de emergência ou até mesmo evitarem uma possível tragédia. No dia 28 de novembro foi publicada a Resolução no Diário Oficial do Estado e, posteriormente, os responsáveis pelas Defesas Civis dos municípios receberam ofício com esse objetivo.
“Isso implica na emissão de boletins diários como já fazemos tradicionalmente em casos de chuvas que possam provocar escorregamentos de terras ou alagamentos, só que dessa vez voltado para o mar e com mais antecedência”, explicou o capitão Vieira.
Os principais pontos de observação, conforme a Resolução 17-610, são: Eventos meteorológicos-Oceanográficos Extremos: Marés Meteorológicas Positivas e Ressacas do Mar; marés altas anômalas; erosão e inundação costeiras; enchentes e alagamentos associados a marés altas anômalas e ressacas; vento Previsto do Quadrante Sul; e altura e direção de ondas significativas (clique aqui e veja a resolução completa).
Com base nestes critérios serão definidos parâmentros para decretar estados de observação, atenção e alerta”, concluiu Vieira.
O futuro presidente da Defesa Civil de Caraguatatuba, Eugênio de Campos Junior, explicou que após as primeiras divulgações, entrou em contato com a Casa Militar e foi informado sobre as ações de prevenção a serem adotadas e que já está em contato com todos os setores que vão assumir a partir de 1º de janeiro de 2017 para que todos saibam como atuar em caso de emergência.
Curso
O chefe da Defesa Civil de São Sebastião, Carlos Eduardo dos Santos, o Carlão, apenas reforçou que o documento pede que as corporações se preparem para eventuais ressacas. “Isso será feito através de um curso que será ministrado pela própria Coordenadoria Estadual da Defesa Civil. Será o mesmo formato do PPDC em relação as chuvas, ou seja, prevenção”.
O secretário de Governo de São Sebastião, Fábio Lopez, informou a reportagem que recebeu uma mensagem pelo watsapp pelo celular da Casa Militar desmentindo a informação, depois que cidades litorâneas questionaram a possibilidade do fenômeno.
O município conta atualmente com 22 áreas manitoradas, das quais 9 são por risco de inundação. Quabto à ressaca, os riscos são registrados no Canto do Mar, na Costa Norte; em Barequeçaba, na Região Central; e nas praias da Baleia, Boraceia e Maresias, na Costa Sul.
Marinha
Em entrevista ao site Nova Imprensa, o comandante da Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião, Luiz Antonio Anídio Moreira, também desmentiu a informação. “Não há nenhum comunicado de ressacas para os próximos dias. Se houver alguma alteração, a Marinha do Brasil é um dos primeiros órgãos a ser informado com prazo de 72 horas antes do fenômeno”, explicou.