Cidade tem a pior avaliação sanitária do litoral paulista, segundo Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Emissário submarino do Itaquanduba foi colocado pela Sabesp (Foto:Divulgação) |
A Prefeitura de Ilhabela divulgou esta semana o início das obras para criação de uma rede de esgoto na região sul da cidade. O projeto tem um investimento de R$ 12 milhões e deve atender os bairros do Portinho, Feiticeira e Julião. A obra prevê uma estação de tratamento secundário, com rede coletora de resíduos e estações elevatórias. O aporte é oriundo da arrecadação municipal de royalties do petróleo, mas a Sabesp deve assumir o trabalho de coleta e tratamento após o fim das obras.
Esta será a primeira estação de tratamento de esgoto da cidade, já que a coleta de resíduos atual é realizada por meio de um sistema de emissão submarina, localizado no bairro do Itaquanduba. Hoje, o esgoto é filtrado, recebe uma dose de cloro e é enviado ao mar (pré-condicionamento). A cidade tem a pior avaliação entre todas as cidades litorâneas do estado de São Paulo no tema tratamento sanitário, conforme a pesquisa Município Verde Azul da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SMA).
Ainda segundo relatório da SMA, Ilhabela tem em torno de 35% de coleta, pré condicionamento e afastamento de esgoto, que é disposto no mar através de lançamento via emissário submarino, sem eficiência na remoção de matéria orgânica. Já segundo a prefeitura, a cidade tem 61% de cobertura por rede coletora de esgoto e atingirá 80% ao final de 2016.
De acordo com ambientalistas, o projeto da prefeitura deve contribuir para a melhora da situação das águas e da balneabilidade das praias na região sul da ilha, mas a eficácia do tratamento precisa melhorar em todo o Litoral Norte para garantir condições mais favoráveis. “Enquanto não tivermos tratamento eficiente nos esgotos coletados que são lançados pelos emissários do Itaquanduba (Ilhabela) e do Araçá (São Sebastião) nossas praias ainda ficarão parte do tempo impróprias”, afirmou a especialista em saneamento básico do Instituto Ilhabela Sustentável, Gilda Nunes.
Ocupações ilegais
Outro problema verificado no município de Ilhabela são as ocupações ilegais. São cerca de 400 residências que não possuem ligação de esgoto da Sabesp em 16 áreas que são consideradas de proteção ambiental. Nessas casas, o esgoto vem sendo enviado diretamente ao mar, sem nenhum tratamento. Para controlar a situação, a prefeitura deve realizar um aporte de R$ 2 milhões para implantação de sistemas de coleta alternativo. A ideia é investir cerca de R$ 5 mil em cada casa para uma operação provisória, mas que deve diminuir a carga orgânica depositada nas águas.
Outras regiões
A Prefeitura de Ilhabela trabalha atualmente no saneamento do Núcleo Santa Terezinha, no Alto da Barra Velha, onde o investimento chega a R$ 1,8 para instalação de rede coletora e elevatórias. A Sabesp fará toda a instalação eletromecânica.
Também está em andamento uma obra de construção de rede e elevatórias no bairro Armação, norte da ilha, com investimento de R$ 700 mil. Em 2012, a região norte foi beneficiada com a entrega do sistema de coleta e tratamento de esgoto da Praia do Pinto/Ponta Azeda, no norte da ilha, numa obra que teve a parceria da iniciativa privada.
Além disso, a cidade recebeu sistema de esgotamento sanitário Saco da Capela/Centro, que reverte o esgoto coletado no Saco da Capela para a Estação de Pré-Condicionamento do Itaquanduba, e possibilitou assim, a desativação da antiga estação localizada na Vila. A EPC, que está ligada ao emissário submarino, recebe ainda o esgoto coletado nos bairros Perequê, Morro da Cruz, Itaquanduba, Itaguaçu e Barra Velha.
Se liga na rede
O programa “Se Liga na Rede” foi desenvolvido pela Sabesp para estimular a ligação de residências ao sistema de esgoto da cidade. A prefeitura, por meio do setor de Vigilância Sanitária, também tem visitado imóveis para notificar sobre a necessidade de ligação dos imóveis que ainda não estão conectados ao sistema de esgoto.