Os vetos são referentes a energia solar e reutilização de água em prédios públicos
Praia do Bonete deve ter energia solar em 2016 (Foto: Florence Suzuki) |
A Prefeitura de Ilhabela vetou dois projetos referentes a instalação de energia solar e reutilização de água em prédios públicos. Porém os vereadores da cidade derrubaram a decisão por unanimidade, na última terça-feira (23). Agora as pautas seguem para nova avaliação do prefeito, Antônio Colucci.
Na discussão dos vetos, os vereadores alegaram que, embora o Poder Executivo apontasse inconstitucionalidade da matéria, o tema é de suma importância, sendo necessário planejar o município de olho na sustentabilidade. As propostas são dos vereadores Thiago Santos (SD) e Luiz Paladino de Araújo (PCdoB).
Os parlamentares Rita Janete de Oliveira (PTdoB) e Onofre Sampaio Junior (PROS) chamaram a atenção para a incoerência dos vetos, uma vez que na mesma noite foi lido o projeto da nova Planta Genérica, que prevê incentivos a munícipes que adotarem iniciativas sustentáveis. “Quer dizer que o munícipe pode se planejar e o município não? Temos que dar exemplo. Nesse sentido, sou contrária ao veto”, justificou Dra. Rita. “Parece que na prefeitura não há diálogo entre os setores. No mesmo dia temos aqui um projeto que incentiva a medida e um veto contra a mesma medida. Nos deixa meio atônitos”, completou Sampaio.
O vereador Cleison Guarubela (PRB) também usou a palavra para se posicionar contra o veto. “A gente vê tanta água escorrer pelo ralo, não há custo nenhum para o município se programar para fazer um sistema de captação de água e energia solar. Temos que primar pelo meio ambiente”, opinou ele.
Energia solar no Bonete
O governo federal realizou um aporte de quase R$ 5 milhões para instalação de energia solar na comunidade tradicional da Praia do Bonete, no extremo sul de Ilhabela. A previsão da Elektro, que deve fazer a operação do sistema, é que as placas cheguem em fevereiro de 2016 em 164 imóveis, entre casas, comércios e prédios públicos.
O Bonete é conhecido pela instabilidade de energia, que atualmente funciona por meio de um gerador à diesel e uma pequena hidrelétrica, que ligam por volta das 17h e param às 23h. O novo sistema poderá ligar uma geladeira, um televisor e uma rádio em cada residência, além das lâmpadas e de pequenos utensílios domésticos, durante o dia todo. Cada família deve pagar uma taxa de aproximadamente R$ 30 por mês pelo serviço.